Depois de um ano de 2009 apreensivo para os metalúrgicos, com risco de demissões e duras batalhas para o enfrentamento da crise mundial, o ano de 2010 começa bem. Estudos encomendados pala Federação do Comércio e divulgados recentemente mostram que o brasileiro nunca esteve tão confiante no país como neste começo de ano.
O Banco Central, instituição comedida na hora de fazer suas análises a respeito do crescimento do país, até pela sua importância e responsabilidade no gerenciamento desse crescimento, também aponta 2010 como um ano espetacular. Segundo expectativa do BC, a economia brasileira deverá crescer 5,8% ao longo deste ano. Se isso se confirmar, seria o segundo maior crescimento do PIB nos últimos 15 anos.
Outros números que apontam um 2010 oposto ao ano passado vêm da CNI (Confederação Nacional das Indústrias). Pesquisa da instituição aponta que 65% dos empresários estão dispostos a investir mais este ano no Brasil do que investiram ano passado. Em média, esses empresários estariam dispostos a investir 22% a mais do que em 2009.
Para completar o cenário de bonança, o Ministério do Trabalho estima, para este ano, a criação de 2 milhões de empregos, quase o dobro dos 1,1 milhão gerados em 2009.
A diretoria do Sindicato chama a atenção dos trabalhadores para estes números. É importante perceber que, se os empresários e governo fazem suas projeções de crescimento e sucesso, os trabalhadores também precisam desenhar suas perspectivas.
Mesmo com um cenário de abundância, os trabalhadores não podem relaxar; achar que, porque o ano será bom para o patrão, será bom também para o empregado. Será preciso lutar muito para que esse “crescimento” chegue também ao seu bolso em forma de PPR, de reajuste salarial e de jornada reduzida.
Não pense que só porque a montadora vendeu mais carro que a autopeças vai chamar o camarada e dizer: tome 10% de aumento, pois o mercado está bom. Pelo contrário. Empresários, com raríssimas exceções, querem aumentar o lucro ao máximo e jamais se importam com os funcionários.
Se em 2009 a luta foi por manter os postos de trabalho, neste ano a luta deve ser por aumento real significativo e, principalmente, pela redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução de salários. Se para os patrões e o país 2010 será o ano da riqueza, para os trabalhadores deve ser o ano da união, da luta e da conquista da redução da jornada.