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Trabalho

Cresce participação das mulheres no ramo metalúrgico

Elas representam agora 17,4% na base da FEM-CUT/SP. As regiões com maior número são: Itu, Salto, Sorocaba e Cajamar

FEM/Viviane Barbosa
Raquel Camargo/FEM-CUT

A participação das mulheres no ramo metalúrgico, no estado de São Paulo, aumentou de 16,69% em 2013 para 17,4% em 2014, totalizando 43 mil

A participação das mulheres metalúrgicas no mercado de trabalho vem crescendo a cada ano no Estado. Na base da Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT (FEM/CUT-SP), elas aumentaram de 16,69% em 2013 para 17,4% em 2014, totalizando 43 mil. Os homens lideram com 205 mil. Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego, RAIS 2013 e CAGED 2014.

O estudo foi divulgado nesta quinta-feira, dia 5, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, que será celebrado no próximo domingo 8 de março, e foi elaborado pela Subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese) da FEM-CUT/SP e CNM/CUT.

Segundo a autora, a economista Caroline Gonçalves, apesar da evolução da mulher dentro dessa atividade antes exclusivamente masculina, a luta por melhores salários e oportunidades iguais às dos homens continua. “A inserção, cada vez mais crescente, da mulher no mercado de trabalho ainda vem acompanhada de uma divisão sexual do trabalho, baixos salários, dificuldades de promoção na carreira e poucos cargos de liderança. Sem falar do assédio moral que ainda se faz uma realidade constante”, explica.

Maior concentração

Ainda segundo o estudo, os sindicatos filiados à FEM/CUT-SP que têm maior participação feminina na base são: Itu (26,9%), Salto (24,6%), Sorocaba (22,2%) e Cajamar (19,9%). O sindicato que tem menor participação é o de Matão, onde apenas 7,6% são mulheres.

As mulheres da base da FEM/CUT-SP têm mais tempo de estudo que os homens, 23,4% delas possuem no mínimo graduação de nível superior, enquanto os homens apenas 13,8% possuem ensino superior completo.

Na base da FEM/CUT-SP, as mulheres recebem em média 29,6% a menos que os homens. A maior diferença também se encontra no Grupo 2 (máquinas e equipamentos), onde elas estão concentradas, chegando em média a 32,9%.

Desafios e Conquistas

Segundo a Secretária da Mulher da FEM-CUT/SP, Andréa Ferreira Souza, os dados são animadores, mas é preciso avançar no trabalho de conscientização sobre a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres. “A pesquisa mostrou a elevação da escolaridade em relação aos homens, porém, em comparação aos salários, ainda ganhamos menos. Para tentar mudar essa realidade, convencionamos uma cláusula que incentiva a valorização do trabalho da mulher, bem como a sua preparação para ocupar de cargos de chefia nas fábricas. É um avanço, mas precisamos fomentar mais o diálogo com as empresas”, salienta.

A sindicalista destacou que, ao longo das últimas campanhas salariais da FEM-CUT/SP, as metalúrgicas conquistaram melhorias nos direitos sociais. Alguns deles são: a ampliação da Licença-Maternidade para as mães biológicas e adotantes; a função compatível à condição física da gestante na fábrica; proteção, assistência social, orientação jurídica e afastamento compensáveis para as empregadas que forem comprovadamente vítimas de violência doméstica ou familiar; garantias em caso de aborto e etc.

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