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Câmara de Sorocaba

CPI é criada para investigar a epidemia de dengue na cidade

Nove parlamentares assinaram pela abertura da comissão, que irá apurar as causas e a responsabilidade do surto

Jornal Cruzeiro do Sul
WILSON GONÇALVES JÚNIOR/JCS

Nove vereadores assinaram pela abertura da CPI

A epidemia da dengue em Sorocaba será alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada na sessão ordinária da última quinta-feira, dia 26, na Câmara dos Vereadores. Nove vereadores assinaram pela abertura dos trabalhos, que prevê apurar as causas e a responsabilidade do surto de dengue na cidade. Uma reunião entre os parlamentares, na próxima semana, deve definir o presidente e o relator da CPI, bem como estabelecer o cronograma de trabalho e as pessoas que serão convocadas para depor.

Logo no início da sessão, no mesmo momento em que vereadores novamente criticavam o governo do prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB), pelos novos números da dengue, divulgados anteontem, o petista Carlos Leite (PT) passava de mesa em mesa solicitando a assinatura no documento. Eram necessárias sete assinaturas, para que a CPI fosse aberta e protocolada. Carlos Leite (PT), antes do final da sessão, já adiantava que tinha conseguido o número de assinaturas suficientes. “Sobrou assinatura”, respondeu.
Formam a CPI, os vereadores: Carlos Leite, Izídio de Brito, Francisco França – todos do PT -, Marinho Marte (PPS), José Crespo (DEM), Luís Santos (Pros), Rodrigo Manga (PP), Tonão Silvano (SDD) e Hélio Godoy (PSD).

O vereador Carlos Leite informou que, durante a prestação de contas do terceiro quadrimestre de 2014, o secretário da Saúde, Francisco Antônio Fernandes, disse que a Prefeitura de Sorocaba cumpriu apenas a metade das fiscalizações em imóveis que é recomendado pelo Ministério da Saúde. Leite afirmou ainda que as diretrizes preconizam como ideal a existência de um agente da Vigilância Sanitária para cada 800 a mil imóveis. Segundo ele, diante desta conta, o município teria que ter 270 agentes e possuía apenas sete em 2015, informações obtidas pelo petista no Portal da Transparência. O número de agentes, explicou ele, chegou a 124 em 2013, 113 em 2012, 15 em 2014. “Medidas para combater e controlar a dengue estão sendo tomadas. Só que temos que saber porque Sorocaba é a primeira no Brasil em número de dengue. Houve falha na gestão e no número de funcionários?”, criticou.

Carlos Leite afirmou ainda que existem indícios de que os problemas relacionados à coleta de lixo, além da limpeza de terrenos, também foram determinantes na alta do número de casos de dengue. “Essa CPI tem por objetivo muito claro de trazer a transparência e investigar realmente quem é o culpado pelo número alarmante dos casos de dengue na cidade”,explicou.

Defesa

O líder de governo, o vereador José Francisco Martinez (PSDB), usou a palavra e disse que não podia se calar em torno das críticas em relação aos problemas da saúde. Martinez disse que os investimentos estão sendo feitos e que a contratação de funcionários depende de orçamento e da realização de concurso público. O vereador informou que 60% do dinheiro da saúde está sendo gasto com o problema manicomial, sendo que 50% dos pacientes psiquiátricos não são da cidade de Sorocaba. Martinez citou as melhorias feitas na área da saúde, em relação a Santa Casa de Sorocaba, a inauguração Unidade de Pronto Atendimento da Zona Leste e ainda inauguração da UPA do Éden. “O que vai se concluir dessa CPI? Ninguém vai prender o mosquito e o investimento está sendo feito”, desabafou.

Casos

Segundo o último boletim epidemiológico, subiu de 2.424 para 4.030 o número de casos confirmados de dengue em Sorocaba neste ano. No intervalo de uma semana, foram registrados 1.606 novos casos, quase 70% a mais.

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