A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI da Dengue), realizará, nesta quarta-feira, dia 25, nova oitiva, às 14h, no plenário da Câmara Municipal. Os depoentes, que já foram convocados, são o Diretor de Fiscalização da Prefeitura, José Antônio de Souza, e o Presidente da Associação dos Agentes de Vigilância Sanitária de Sorocaba, Rogério Barbosa de Oliveira.
“Os dois convocados são peças-chave para entendermos como se deu o processo de prevenção e controle de zoonoses nos anos de 2013 e 2014, em especial neste último”, afirma o vereador Carlos Leite (PT). “No depoimento do ex-secretário da Saúde, Wagner Guerreiro, tivemos confirmada a informação de que o número de agentes de combate à dengue estava muito abaixo do que era preconizado pelo Ministério da Saúde, e isso é muito preocupante”, assinala o parlamentar.
Na oitiva realizada na última sexta-feira, dia 20, foram ouvidos o atual Secretário de Serviços Públicos, Oduvaldo Denadai, e o ex-Secretário da Saúde, Wagner Guerreiro. Esta último, questionado por Leite, confirmou que apenas 85 agentes de vigilância sanitária atuavam quando ele assumiu a pasta, em outubro de 2014. Ao mesmo tempo, ele afirmou que recebeu um comunicado da VISA (Vigilância Sanitária) sobre a necessidade de contratar novos agentes, e que teria encaminhado essa solicitação para o Prefeito Antônio Carlos Pannunzio (PSDB), solicitando mais 150 agentes, já que o número ideal para Sorocaba seriam 235 profissionais. A solicitação não teria sido atendida até Janeiro de 2015, quando ele deixou o comando da Secretaria de Saúde.
Wagner Guerreiro também informou à CPI que o índice larvário do segundo semestre de 2014 estava muito acima do que seria o considerado normal para a época, o que indicava claramente que haveriam problemas com a dengue em 2015. O médico afirmou, no entanto, que àquela altura a epidemia já era considerada inevitável.
Informação semelhante à essa foi passada pelo atual secretário da Saúde, Francisco Antônio Fernandes, em oitiva realizada no dia 10 de março. Segundo ele, os casos de dengue registrados no segundo semestre de 2014 estavam acima do número considerado normal para o período. Foram 190 casos. O secretário afirmou literalmente que “não tenho dúvidas que os 190 casos, se analisados com frieza, eram um sinal de alarme”.
Fazem parte da CPI da Dengue, além de Carlos Leite (presidente) e Luis Santos (relator), os vereadores Izídio de Brito, Francisco França, José Crespo, Marinho Marte, Antônio Silvano, Hélio Godoy, e Rodrigo Manga.
Notícia publicada originalmente na página do Jornal Cruzeiro do Sul