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Novo imunizante

Coronavírus: Instituto Butantan irá desenvolver vacina 100% brasileira

Produção-piloto está finalizada e os cientistas devem começar testes e ensaios clínicos da Butanvac já em abril; anúncio do instituto acende debate sobre a importância dos investimentos em ciência

Imprensa SMetal
Divulgação
A iniciativa faz parte de um consórcio internacional do qual o Instituto Butantan é o principal produtor

A iniciativa faz parte de um consórcio internacional do qual o Instituto Butantan é o principal produtor

O Instituto Butantan anunciou na manhã desta sexta-feira, dia 26, que irá iniciar os testes para o desenvolvimento de uma vacina 100% brasileira. A produção-piloto da Butanvac está finalizada e os cientistas devem começar os ensaios clínicos de fases 1 e 2 em humanos já em abril, após autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Atualmente, o centro de pesquisa biológica paulistano já auxilia na produção da chinesa ‘Coronavac’ que corresponde a 83% dos imunizantes disponíveis no Plano Nacional de Imunização (PNI).

A iniciativa faz parte de um consórcio internacional do qual o Instituto Butantan é o principal produtor, responsável por 85% da capacidade total e tem o compromisso de fornecer essa vacina ao Brasil e aos países de baixa e média renda.

Para a produção da ButanVac o instituto deverá usar tecnologia já disponível em sua fábrica de vacinas contra a gripe, a partir do cultivo de cepas em ovos de galinha, que gera doses de vacinas inativadas, feitas com fragmentos de vírus mortos. Para a formulação da vacina, o vírus é inativado, facilitando sua estabilidade e deixando o imunizante ainda mais seguro.

A pesquisa clínica em humanos do novo imunizante será realizada em conformidade com padrões internacionais de qualidade. Os resultados vão determinar se a vacina é segura e tem resposta imune capaz de prevenir a Covid-19.

No olho do furacão, governo corta bolsas da ciência

Em 2019, o presidente, Jair Bolsonaro, justificou os cortes de 30% do orçamento para educação dizendo que as universidades brasileiras eram espaços de “balbúrdia” e “esquerdismo”. À época, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) anunciou que não renovaria 5.200 bolsas para conseguir manter as que estavam ativas e, para somar, naquele ano mais de 11 mil alunos deixaram de ser assistidos pela Capes.

Para ilustrar, imagine que você dedica 44h da sua semana para estar em um laboratório estudando diversas áreas de saúde. Para isso, você não conseguiria manter um emprego regular, já que você passa pelo menos 8 horas trabalhando em suas pesquisas. A bolsa de estudos é, justamente, um incentivo governamental para que o estudante possa se manter ativo financeiramente e contribua com seu conhecimento para a comunidade científica.

“Neste momento que estamos vivenciando, nunca foi tão necessário falar sobre a importância de mantermos pesquisadores ativos. No passado pode ter existido desinformação sobre esses profissionais e, agora, diante de um vírus novo e completamente letal, algumas pessoas conseguem perceber como é vital destinar recursos para a ciência”, comenta o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba, Leandro Soares.

Infelizmente, não é todo mundo que conseguiu enxergar isso. A começar por Jair Bolsonaro que anunciou, em 2021, cortes de até 34% dos recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O posicionamento, no entanto, não surpreende. O presidente negou a pandemia em diversas ocasiões, minimizando seus efeitos e rebaixando o coronavírus a “uma gripezinha”. Depois, com milhares de mortes, difundiu o uso da hidroxicloroquina e ivermectina para o tratamento da doença – sem comprovação científica.

“Ele não tem apreço pela ciência e os cortes nas bolsas Capes e CNPq são apenas reflexos da sua política genocida. No meio de uma pandemia, um líder de nação deveria estar destinando seus melhores e mais fartos recursos para proteger o seu povo. Quando se faz administração pública pautada na necropolítica a certeza é só uma: enquanto mais mortes, melhor”, comenta o secretário de Administração e Finanças do SMetal, Tiago Almeida do Nascimento.

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