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Diversidade no trabalho

Conheça os Princípios de Yogyakarta, que buscam proteger a população LGBTQIAPN+

No dia 17 de maio comemora-se o dia em que o ‘homossexualismo’ foi excluído da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde da OMS

Gabriela Guedes/Imprensa SMetal
Freepik

Vale lembrar que, em caso de ofensa devido à orientação sexual ou identidade de gênero, a pessoa lesada tem direito à indenização por dano moral.

Nesta sexta-feira, 17, comemora-se o Dia Internacional Contra a Homofobia, Bifobia e Transfobia, apesar da luta diária que enfrentam. Conheça os Princípios de Yogyakarta, que buscam proteger a população LGBTQIAP+.

Os 29 Princípios de Yogyakarta tratam de princípios que dão um norte à legislação internacional dos Direitos Humanos no que diz respeito à vida e à experiência das pessoas de orientação sexual e identidade de gênero diversas e devem ser cumpridos por todos os países, com o objetivo de promover um futuro melhor, em que as pessoas sejam de fato tratadas de forma igualitária.

O documento foi redigido por um grupo de especialistas em 2006, na cidade de Yogyakarta, na Indonésia, por iniciativa da Comissão Internacional de Juristas e o Serviço Internacional de Direitos Humanos.

São 29 os princípios:

  1. Direito ao Gozo Universal dos Direitos Humanos
  2. Direito à Igualdade e a Não-Discriminação
  3. Direito ao Reconhecimento Perante a Lei
  4. Direito à Vida
  5. Direito à Segurança Pessoal
  6. Direito à Privacidade
  7. Direito de Não Sofrer Privação Arbitrária da Liberdade
  8. Direito a um Julgamento Justo
  9. Direito a Tratamento Humano durante a Detenção
  10. Direito de Não Sofrer Tortura e Tratamento ou Castigo Cruel, Desumano e Degradante
  11. Direito à Proteção Contra todas as Formas de Exploração, Venda ou Tráfico de Seres Humanos
  12. Direito ao Trabalho
  13. Direito à Seguridade Social e outras Medidas de Proteção Social
  14. Direito a um Padrão de Vida Adequado
  15. Direito à Habitação Adequada
  16. Direito à Educação
  17. Direito ao Padrão mais Alto Alcançável de Saúde
  18. Proteção contra Abusos Médicos
  19. Direito à Liberdade de Opinião e Expressão
  20. Direito à Liberdade de Reunião e Associação Pacíficas
  21. Direito à Liberdade de Pensamento, Consciência e Religião
  22. Direito à Liberdade de Ir e Vir
  23. Direito de Buscar Asilo
  24. Direito de Constituir uma Família
  25. Direito de Participar da Vida Pública
  26. Direito de Participar da Vida Cultural
  27. Direito de Promover os Direitos Humanos
  28. Direito a Recursos Jurídicos e Medidas Corretivas Eficazes
  29. Responsabilização (“Accountability”)

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Brasil: o país que mais mata LGBTQIANP+ no mundo

A LGBTQIAPN+fobia, ou seja, o ato ou manifestação de ódio, rejeição ou repulsa à esse setor, é popularmente conhecida pelo termo “homofobia”, que abarca todas as expressões de identidade de gênero e orientação sexual que estigmatizam as pessoas fora do padrão cisgênero, aqueles que tem identidade de gênero correspondente ao que lhe foi imbuído no nascimento e héterossexual, quem sente atração sexual por pessoas do sexo oposto.

Apesar dos avanços recentes em defesa dessa população, um levantamento elaborado pelas entidades Acontece Arte e Política LGBTI+, Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), apontou que em 2022 houve um total de 273 pessoas LGBTQIAPN+ mortas de forma violenta por conta de suas orientações sexuais, sendo que a maioria (157) foram pessoas trans, estabelecendo pela 14ª vez o Brasil como o país que mais mata a população no mundo. 

Especificamente no ambiente do trabalho, uma pesquisa realizada pelo Linkedin, rede social voltada para negócios, identificou que quatro em cada dez pessoas LGBTQIAPN+ relataram ter sofrido discriminação no ambiente de trabalho devido à sua sexualidade ou identidade de gênero.

Além disso, o estudo mostra que 8 em cada 10 pessoas LGBTQIAP+ sentem-se confortáveis para compartilhar a identidade de gênero e a orientação sexual no ambiente de trabalho. Apesar disso, 43% dizem já ter sido vítimas de preconceito, principalmente por meio de piadas e comentários homofóbicos.

Os pesquisadores entrevistaram também pessoas heterossexuais. Entre esse grupo, 60% disseram trabalhar com pessoas LGBTQIAP+ e mais da metade, 53%, disse que já presenciou ou ouviu falar de alguma situação discriminatória devido à orientação sexual ou identidade de gênero de colegas. Os cenários mais presenciados foram em relação a xingamentos, piadas e comentários inapropriados feitos direta ou indiretamente a essas pessoas.

Esses dados demonstram que ainda há muito no que melhorar. Em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a homofobia deveria ser considerada crime imprescritível e inafiançável.

Vale lembrar que, em caso de ofensa devido à orientação sexual ou identidade de gênero, a pessoa lesada tem direito à indenização por dano moral. Os metalúrgicos associados ao Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) têm o Departamento Jurídico do Sindicato à disposição para orientações.

Dia Internacional contra a Homofobia, Lesbofobia e Transfobia

A data comemora o dia em que o ‘homossexualismo’ foi excluído da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 17 de maio de 1990. Os termos com “ismo” no final, indicam algum tipo de doença e, atualmente, o termo correto é ‘homosexualidade’.

*Com informações da Jusbrasil, Consultor Jurídico e Agência Brasil

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