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Transporte escolar

Condutores pedem apoio da Câmara contra padronização da frota

Segundo o movimento, a Resolução 533/15 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que torna obrigatório o uso de cadeirinhas para crianças até sete anos é apenas o início do movimento de padronização

Assessoria Comunicação da Câmara
AI/Câmara
Condutores protestaram nesta terça durante sessão ordinária, na Câmara

Condutores protestaram nesta terça durante sessão ordinária, na Câmara

Condutores do transporte escolar de Sorocaba estiveram na Câmara Municipal durante a sessão ordinária desta terça-feira, 14, para protestar contra a padronização da frota e pedir o apoio dos vereadores ao movimento contrário a nova resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que obriga o uso da cadeirinha nos veículos para crianças de até sete anos (Resolução 533/15).

A categoria denuncia a existência de articulação pelo monopólico das empresas de ônibus, em detrimento dos trabalhadores autônomos de vans e minibus. Willian Martins, líder do movimento, utilizou a tribuna da Câmara para esclarecer a posição dos condutores e apresentar os motivos da manifestação. Segundo ele, atualmente Sorocaba possui mais de 650 veículos escolares cadastrados e já padronizados, transportando 50 mil passageiros ao dia, desde o berçário até o ensino superior. Também explicou que as vans são homologadas, possuem selo do Inmetro e são vistoriadas a cada seis meses.

O representante frisou que os condutores não são contra as cadeirinhas ou quaisquer outros dispositivos que aumentem a segurança dos alunos, mas os cintos lombares de duas pontas, utilizados nas vans, tornam impossível o seu uso, sendo que os veículos não podem ser adaptados. Assim, a determinação forçaria o uso de ônibus, que não são obrigados a utilizar as cadeirinhas. Segundo Martins, a nova resolução é o primeiro passo para a padronização que irá excluir os motoristas de vans, além de onerar o serviço e o valor das mensalidades.

O líder alega que os condutores não terão condições financeiras para comprar os novos veículos que custam cerca de 280 mil reais, pois não teêm acesso ao financiamento e a redução de impostos, como as empresas de ônibus, além de ser inviável o serviço nos bairros com os ônibus, devido às condições das ruas. “Somos profissionais qualificados para realizar o transporte com qualidade e segurança”, completou.
Apoio dos vereadores: Em nome da Casa, o presidente da Câmara, Gervino Claudio Gonçalves, o Cláudio Sorocaba I (PR), manifestou total apoio aos condutores e sugeriu uma moção de repúdio à Resolução 533/15 do Contran. “Todos os partidos com manifestação nessa Casa têm deputados federais e vamos buscar o apoio desses parlamentares”, afirmou.

O vereador Francisco França (PT) lembrou que na última sexta-feira, 10, foi realizada uma reunião com os condutores, com a presença do vereador Izídio de Brito (PT), para entender a problemática. “O pano de fundo é o uso da cadeirinha, mas por trás está um esquema das empresas de ônibus em comunhão com o Contran. Estão forçando as vans a instalarem as cadeirinhas, sendo que os veículos não têm condições de se adaptarem, para depois justificar o uso dos veículos com 42 lugares que, por sua vez, também não terão as cadeirinhas. Queremos ajudar a categoria”, disse França.

Além da moção e da articulação com os deputados para que se revogue a nova resolução e retorne à Resolução 277 de 2008, França sugeriu a criação uma comissão na Câmara para discutir os problemas da categoria aqui no Município como isenção de impostos, reserva de vagas nas escolas, melhorias das ruas e estacionamento em apenas um dos lados das grandes vias.

Diversos parlamentares também se manifestaram a favor da categoria e contra a resolução começando por Neusa Maldonado (PSDB), que destacou que nova regra acarretará em desemprego, e Anselmo Neto (PP) que ressaltou a importância dos condutores explicarem a situação que vai muito além do uso das cadeirinhas, como foi divulgado à população. Já o Pastor Apolo (PSB) se comprometeu a intermediar uma reunião entre a comissão de condores e o Deputado Federal Jefferson Campos.

Outros vereadores utilizaram a palavra para se colocarem à disposição como Marinho Marte (PPS), Irineu Toledo (PRB), Waldecyr Morelly (PRP), Wanderley Diogo (PRP), Luis Santos (Pros), Rodrigo Manga (PP), Fernando Dini (PMDB) e Carlos Leite (PT).

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