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Ditadura civil-militar

Comissão Municipal da Verdade recebe o apoio da sociedade

Documento com o pedido de instalação da comissão foi protocolado nesta quinta-feira, na Câmara Municipal. Até a semana que vem a mesa diretora do legislativo deve divulgar os vereadores que participarão da comissão

Imprensa SMetal
Foguinho/SMetal
Plenário lotado da Câmara Municipal pela instalação da Comissão Municipal da Verdade

Plenário lotado da Câmara Municipal pela instalação da Comissão Municipal da Verdade

Líderes populares, militantes de movimentos sociais e de outras entidades da sociedade marcaram presença no plenário da Câmara Municipal de Sorocaba, na manhã desta quinta-feira, para acompanhar a leitura e entrega do documento que pede a instalação da Comissão Municipal da Verdade, que deverá se chamar Alexandre Vannucchi Leme.

Entre eles, marcou presença o ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) Carlos Roberto de Gáspari, que acompanhou trajetórias de muitas pessoas que vivenciaram a censura e a repressão do período, como o metalúrgico e líder sindical Wilson Fernando da Silva, Bolinha.

Mesmo no final da ditadura, em 1984, Sorocaba protagonizou greve geral de trabalhadores da categoria metalúrgica e com isso, chamou a atenção do aparato policial da época.

Para Josué de Lima, da biblioteca comunitária do bairro Laranjeiras, “essa iniciativa é fundamental se queremos um país justo. Esse contexto da ditadura civil militar precisa ser investigado para que não caia no esquecimento”.

O advogado e um dos diretores da OAB Sorocaba, Luis Henrique Ferraz, destaca também que é preciso contar as histórias desses sorocabanos que foram vitimados pela repressão. “Tanto os que perderam a vida, como o estudante Alexandre Vannucchi Leme quanto os que foram perseguidos e torturados”.

Pela verdade, memória e justiça, o evento de hoje, 27, na Câmara, reuniu também filhos de ex-perseguidos políticos como do vice-prefeito de Sorocaba Agrário Antunes e do presidente do Sindicato da Construção Civil, Plácido Mazon. Ambos, falecidos.

O evento também contou com a participação de lideranças como Osvaldo Noce, ex-vereador pelo PT (hoje no Psol) e que foi um dos estudantes presos no 30º Congresso da UNE (União Nacional de Estudantes) de Ibiúna, em 1968.
A grandeza histórica do tema atrai também militantes de esquerda, de partidos como PT e Psol; de sindicatos da CUT, de ONGs e movimentos populares, que assistiram a leitura do documento durante a sessão ordinária.

O documento coletivo – que está disponibilizado na íntegra no blog www.comissaodaverdadesorocaba.blogspot.com.br – foi lido na tribuna pelo professor Daniel Lopes, idealizador do movimento popular em apoio à Comissão Municipal da Verdade.

Os vereadores do PT: Izidio de Brito, Francisco França e Carlos Leite estão apoiando a instalação da comissão. Fora a bancada do PT, outros três legisladores manifestaram apoio à criação da CMV na cidade. São eles: Anselmo Neto (PP), Neusa Maldonado (PSDB) e Marinho Marte (PPS).

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