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Sorocaba

Coletores de lixo aceitam acordo salarial e colocam fim ao risco de greve

Os trabalhadores reivindicavam 16%, mas aceitaram os 11% ofertados pelo Consórcio Sorocaba Ambiental

Jornal Cruzeiro do Sul/José Antônio Rosa
Fábio Rogério/JCS

Trabalhadores tiveram 3,23% de aumento real, além dos 7,68% de reposição da inflação

Está descartada a paralisação do serviço da coleta do lixo que ameaçava ocorrer na cidade. Reunidos em assembleia no final da tarde de ontem coletores e motoristas aceitaram a proposta de reajuste salarial de 11% feita pelo Consórcio Sorocaba Ambiental (CSA). O índice garantiu à categoria aumento real de 3,3% se considerada a variação inflacionária do período, que foi de 7,68%.

Os sindicatos dos Rodoviários e dos Coletores estiveram reunidos durante o dia na Prefeitura com representantes da empresa, em continuidade aos encontros que começaram no dia 1º de março, data-base. As discussões foram intermediadas pelo prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) e pelo secretário de Governo, João Leandro da Costa Filho, além do vereador Francisco França (PT).

Os trabalhadores reivindicavam aumento de 16% e, num primeiro momento, foi oferecida apenas a reposição da inflação. Numa nova rodada de negociação, os empresários chegaram a 8,5%. Diante da possibilidade de paralisação e de o impasse precisar ser solucionado pelo Judiciário, o reajuste chegou a 11%.

Os diretores dos sindicatos que representam os profissionais, Gileno dos Santos e Izaudite Sampaio, consideraram a proposta “defensável”. Além do salário, o aumento será extensivo a outras vantagens incorporadas, como o vale-refeição, que passa dos atuais R$ 510 para R$ 566 e o auxílio-assiduidade, que vai de R$ 150 para R$ 164.

Já em relação ao piso dos motoristas, com o aumento, passa dos atuais R$ 1.639 para R$ 1.819; no caso dos coletores, o valor hoje de R$ 1.013, vai para R$ 1.144. Já a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) corresponderá ao valor do novo piso fixado. A CSA mantém em seus quadros cerca de 350 trabalhadores. Todos vivem a expectativa de ver solucionada a licitação para contratação da nova empresa que prestará o serviço no município.

O prazo para que isto ocorra termina no mês de maio, mas os sindicalistas já encaminharam pedido à Prefeitura para que a nova concessionária pratique os valores de salário acordados. “Não vamos permitir que os funcionários sejam contratados com salários menores e deixamos a reivindicação colocada na reunião”, disseram Gileno e Izaudite. Hoje, às 6h, acontece nova assembleia com os trabalhadores do primeiro turno da empresa.

Avanço da dengue

O possível avanço da epidemia da dengue, que já contabilizada mais de 37 mil casos na cidade, foi considerado para que empresários e trabalhadores decidissem pelo fechamento do acordo. Na semana passada, o secretário João Leandro da Costa Filho manifestou sua preocupação com a greve.

Disse que a paralisação da coleta com o quadro hoje observado teria “efeitos catastróficos”. Admitiu, inclusive, a possibilidade de o Município recorrer à Justiça se fosse necessário. Em nota divulgada na ocasião, a administração informou que acompanhava as tratativas entre patrões e empregados acreditando que o “bom senso orientaria a busca por uma solução negociada”.

João Leandro também destacou que, ao contrário do ano passado, quando diante de uma paralisação dos coletores a Prefeitura interferiu diretamente no processo, inclusive com repasse de verba, não tomou, agora, esse tipo de atitude, já que a administração está em fase de conclusão de processo licitatório para a realização desse tipo prestação de serviço.

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