O Coletivo de Mulheres do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) participou na última quarta-feira, 8, do ato que acontece anualmente no Dia Internacional da Mulher em diversas cidades do Brasil. Em São Paulo a ação teve concentração na Avenida Paulista e partiu com direção à Rua Augusta. Milhares de mulheres estiveram presentes no ato, que começou às 17h da tarde e seguiu até à noite.
Neste ano, a Central Unica dos Trabalhadores (CUT) elegeu “Sem Mulher Não Tem Democracia” como lema norteador do 8 de março. Durante o ato, diversas lideranças fizeram falas políticas e avaliaram, socialmente, como as últimas medidas do ex-presidente, Jair Bolsonaro, impactaram na vida das mulheres.
Caravana saiu de Sorocaba com representantes de diversos movimentos como: Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região, Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Sorocaba e Região, Comitê Popular de Luta, Juventude do PT (JPT), Juntas Sorocaba, além de outras militantes.
“Vivenciamos diversos retrocessos nesses quatro anos que se passaram. Esse foi o primeiro oito de março sob a liderança de uma base governista que já demonstrou que irá priorizar as pautas femininas no futuro. É um ato movido pelo sentimento de luta e enfrentamento, mas, com certeza, pela esperança de dias melhores”, comenta Priscila dos Passos, coordenadora do Coletivo de Mulheres do SMetal.
Neste ano, foi possível ver nas ruas muitas jovens participando do ato, segurando bandeiras, cartazes e gritando palavras de ordem. Em especial, um bloco grande de meninas negras oriundas do movimento estudantil. “Este é um movimento simbólico, levando em consideração que a violência contra a mulher toma proporções muito maiores quando falamos das mulheres negras. Tomar as ruas é defender nossos direitos básicos, sobretudo, direito à vida”, comenta Priscila, metalúrgica que também participa do Coletivo Racial “Ubuntu” do SMetal.
Os movimentos sociais presentes na ação levaram cartazes e fizeram intervenções com temas como o combate à fome, a todas as formas de violência, ao racismo e aos preconceitos, à LGBTQIA+fobia e pela autonomia econômica das mulheres.
“Foi muito emocionante voltar às ruas em um momento tão diferente para as brasileiras. Sabemos que os próximos anos serão de muita luta, mas temos a esperança de que exista mais espaço para debater as pautas que são prioritárias para as mulheres”, comentou Nazaré da Silva, diretora do SMetal, sobre a ação.
Futuro
O governo anunciou um pacote de medidas para as mulheres, envolvendo a luta contra a violência e pela igualdade de gênero em todos os espaços da sociedade, inclusive o mercado de trabalho.
Empregadores que pagarem salários diferenciados a uma mulher que tem o mesmo tempo de casa, a mesma função e com escolaridade semelhante a um funcionário homem serão multados em 10 vezes o valor do maior salário pago na empresa. O texto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi enviado para análise do Congresso Nacional.