Para pressionar as bancadas patronais a desistirem de parcelar o reajuste salarial e apresentar uma proposta digna para os trabalhadores, o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) está realizando assembleias de mobilização na categoria. Na tarde desta quarta-feira, dia 14, e na manhã de quinta, 15, a entidade esteve nas empresas Sibrol, Dana, Ibrafer (antiga Vossloh Cogifer), Atlanta, todas em Sorocaba, na Aluzinco, em Araçariguama, e na Controlflex, em Votorantim, falando sobre o tema.
Até o momento, a situação das negociações realizada pela Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT/SP) é a seguinte: nos grupos G2 (Sindimaq e Sinaees), G3 (Sindipeças, Sinpa e Sindiforja), G8.3 (Simefre, SInafer e Siamfesp), Sinem (Estamparia) e Sicetel, o patronal tem sinalizado, mais uma vez, na reposição salarial pela inflação da data-base, de 8,83%, e ainda parcelado em duas e, em algumas delas, até três vezes.
O Grupo 10 e o Aeroespacial, de forma intransigente, têm deixado claro que não haverá negociação sem a retirada de importantes direitos da Convenção Coletiva, como a cláusula do acidentado e do lesionado, medida também defendida pelo Sicetel.
“Nas empresas do Grupo 10, que não assinam a CCT desde 2017, estamos procurando os patrões para iniciar as tratativas por fábrica, para que nenhum trabalhador esteja desprotegido e fique sem reajuste nos salários”, explicou o vice-presidente do SMetal, Valdeci Henrique da Silva (Verdinho), durante a assembleia da Sibrol.
Na Aluzinco, que faz parte do Grupo da Fundição – que tem Convenção Coletiva assinada até agosto de 2023, o dirigente Wagner Bueno falou da importância da unidade da categoria para garantir um reajuste digno, sem qualquer tipo de parcelamento. “Mais do que nunca, os trabalhadores precisam estar engajados, junto ao Sindicato e à Federação nessa luta, só assim vamos garantir um reajuste que efetivamente reponha as perdas salariais dos últimos meses”.
Nas assembleias realizadas na Dana e na Ibrafer, o diretor executivo do SMetal, Antonio Welber Filho (Bizu), com a redução no preço dos combustíveis, houve deflação nos meses de julho e agosto, mas que o índice acumulado nos últimos 12 meses, de 8,83%, não reflete a realidade do dia a dia do trabalhador.
“Nós não somos contrários à deflação, muito pelo contrário, defendemos a redução nos preços em todos os itens, não somente da gasolina, como o atual governo tem agido de forma eleitoreira. Ou alguém aqui esteve recentemente na prateleira do supermercado e encontrou deflação em produtos essenciais para o dia a dia? Por isso é importante que estejamos unidos, para mostrar aos patrões que queremos valorização dos nossos salários e benefícios”, afirmou Bizu.
Nas assembleias da Controlflex e na Atlanta, além de tratar de Campanha Salarial, foram votados acordos de PPR para 2022, ambos com crescimento em comparação a 2021. Na Controlflex, os metalúrgicos conquistaram aumento de 37,43%; já na Atlanta, o crescimento no Programa foi de 12% em relação ao anterior.
O tema da Campanha Salarial deste ano é “Juntos pela Reconstrução dos Direitos, dos Salários, da Democracia e do País”, reforçando que a união de toda a categoria é imprescindível para conquistar avanços. E os eixos das negociações são: reposição da inflação, aumento real, valorização dos pisos, manutenção dos direitos e a reindustrialização do País.