Há cinco anos, sem se preocupar com os trabalhadores, a bancada patronal do Grupo 10, que reúne médias, pequenas e micro empresas de diversos segmentos, como fabricantes de lâmpadas, equipamentos odontológicos, oficinas mecânicas, retíficas, material bélico, entre outros, não fecha a Campanha Salarial com a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT/SP).
Para não deixar esses trabalhadores desamparados, desde 2017, o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) tem negociado acordos por fábrica, garantindo o reajuste nos salários e a manutenção dos direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para praticamente toda a categoria.
Em 2021, não é diferente. O Grupo 10 sequer apresentou uma proposta e, na última segunda-feira, dia 27 de setembro, a Federação protocolou um comunicado de greve para pressionar os patrões e contribuir nas negociações dos sindicatos filiados. Além do G10 tradicional, o documento foi enviado também para o grupo que representa empresas do setor Aeroespacial.
A bancada do Sindifupi (funilaria e pintura), que em negociações anteriores fazia parte do Grupo 10, neste ano, negociou individualmente e teve a proposta de reajuste salarial de 10,42%, retroativo a setembro, com vigência da Convenção Coletiva por dois anos, aprovada na assembleia geral realizada semana passada.
“Desde 2017, o Grupo 10 vem travando as negociações da Convenção Coletiva, que chamamos de acordos guarda-chuva por envolver todos os metalúrgicos de um determinado segmento. Naquela época, eles se recusaram a assinar a cláusula de salvaguarda que proibia a aplicação da Reforma Trabalhista sem negociação com o Sindicato e, agora, sequer começam as discussões com a Federação”, relembra o presidente do SMetal, Leandro Soares.
Para ele, esse fato evidencia o descaso dos patrões com os direitos dos trabalhadores, que são quem produzem os lucros da empresa. “De lá pra cá, graças à mobilização dos trabalhadores e a organização do Sindicato, seguimos lutando e garantindo reajuste salarial e cláusulas sociais para quase toda a categoria, seja por Convenção ou Acordo Coletivo”, conta Leandro.
Negociações por empresa
O diretor executivo do SMetal, Francisco Lucrécio Junior Saldanha, que coordena as negociações com empresas de pequeno porte, conta que o Sindicato deu início às negociações por fábrica do Gurpo 10 e, inclusive, já garantiu acordo coletivos para metalúrgicos de 14 delas.
“Em todas, garantimos o reajuste integral ou até mesmo superior à inflação, de 10,42%, em uma única parcela e retroativo a setembro de 2021. Agora, com a Campanha Salarial na maioria dos grupos finalizada, vamos intensificar as negociações nas empresas do Grupo 10 até que toda a categoria esteja contemplada”, assegura.
Na base do Sindicato, o Grupo 10 representa 8,5% dos trabalhadores da categoria. Até manhã desta terça-feira, dia 5 de outubro, o SMetal havia negociado acordos com as seguintes fábricas: Açofiltro, Air-Turbine, Daniely Moreira Lacort, DM Service, Duotec, FEP Usinagem, GP Usinagem, Imelux, Kishima Servicos, Kishima Industrial, L & L Calhas, Montman, Tudo Compressores (Dioni Carlos Reis) e Usicort.
Saldanha lembra que, como foi com as bancadas patronais, que por meses insistiram em parcelar o reajuste e retirar direitos, as negociações por empresas não serão fáceis. “Já temos fábricas sinalizando em parcelar as perdas com a inflação ou que alegam que vão aguardar o patronal, e estamos deixando claro que isso não vamos aceitar. Por isso, reforçamos que é a mobilização dos trabalhadores que fará a diferença para garantir bons acordos”, assegura.
Denuncie:
Trabalhadores de empresas que se recusam a fechar acordo da Campanha Salarial 2021 devem denunciar aos dirigentes do SMetal pelo telefone (15) 3334-5400, pelo WhatsApp (15) 99714-9534 ou pelo Portal SMetal, no campo ‘Denuncie’.
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