Foi aprovada na manhã desta quinta-feira, dia 5, na Câmara Municipal de Sorocaba, a proposta conduzida pelo presidente da Casa, o vereador Rodrigo Manga (DEM), de estender de um para dois anos o mandato da mesa diretora, válida inclusive para a atual gestão.
O projeto de emenda à lei orgânica municipal nº 2, de 2017, de autoria da mesa diretora, teve 18 votos favoráveis e dois contrários. Votaram contra Fernanda Garcia (PSOL) e Fernando Dini (PMDB).
A extensão do mandato já para a gestão atual teve resistência do líder de governo, Fernando Dini, que apresentou emenda para que a mudança fosse válida somente em 2019. A emenda foi rejeitada por 17 votos a três.
Os três vereadores que votaram pela emenda foram o próprio Dini, Iara Bernardi (PT), Francisco França (PT).
O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Tiago Almeida do Nascimento, critica a medida pois acredita que, com a nova lei, vereador Rodrigo Manga está legislando em causa própria. “O que ele está fazendo é o mesmo que mudar as regras no meio do jogo para favorecer o time da casa”, afirma.
Segundo nota do jornal Cruzeiro do Sul desta quinta-feira, dia 5, o parlamentar já teria anunciado a intenção de concorrer ao cargo de deputado nas eleições de 2018.
Como presidente do legislativo sorocabano, Manga conta com maior visibilidade e estrutura da Câmara, como veículos, assessoria especial, mais tempo na TV Legislativa, entre outros benefícios.
“A classe política hoje sofre um descrédito por parte da população. Ações como esta só corroboram com a opinião de que ‘nenhum político presta’, afetando a credibilidade do sistema democrático brasileiro”, assegura Tiago.
Cooperativismo
Para o SMetal, os vereadores deveriam focar mais nos direitos do cidadão e nos muitos problemas que afetam os serviços públicos na cidade. “Com tantos problemas na cidade, como filas no atendimento à saúde, falta de vagas em creches e a dificuldade no acesso à moradia, a Câmara está mais preocupada com seu corporativismo, distribuição de cargos e status, como evidencia essa manobra do presidente da Casa”.
E completa: “O tão aguardado Hospital Municipal, por exemplo, cuja campanha mobilizou mais de 26 mil eleitores sorocabanos com um abaixo-assinado, há quase cinco anos, nunca saiu do papel e não é cobrado pelos atuais parlamentares”, critica Tiago.