O Brasil gerou 180 mil postos de trabalho com carteira assinada no mês de abril deste ano, segundo dados do Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgados nesta semana. No mês, houve 1,86 milhão de admissões e 1,68 milhão demissões. Levando em conta esses números, hoje existem 43,1 milhões de postos de trabalho formais ocupados no país. É a maior quantidade já registrada na série histórica do Caged.
Apesar de positiva, a geração de empregos é menor do que a de março deste ano (195 mil) e a de abril de 2022 (205 mil), segundo o Caged. “Esse resultado está dentro do esperado para esse período, principalmente quando considerando que entre março e abril em diferentes anos do Caged há um ligeira inflexão [redução] na geração de emprego”, disse Paula Montagner, subsecretária de Estatística e Estudo do Trabalho do MTE.
De janeiro a abril deste, foram gerados 705 mil postos de trabalho. No mesmo período do ano passado, haviam sido 825 mil.
“Estamos um pouco abaixo dos resultados dos dois anos anteriores. Ainda assim, tivemos um resultado positivo importante”, complementou Montagner. “Tivemos resultado positivo em 24 das 27 unidades da federação e em quatro dos cinco agrupamentos econômicos. Comércio é o único que não conseguiu saldo positivo.”
Entre os setores da economia, o de serviços foi o que mais gerou empregos: 103 mil postos. Isto é mais da metade do total de postos gerados. Em seguida vem o comércio (27.559), construção (26.937), indústria (18.713) e agropecuária (2.902). São Paulo foi o estado que mais gerou empregos: quase 55 mil postos.
Em relação a gênero, o saldo foi positivo tanto para mulheres (72 mil contratações) quanto para homens (107 mil). O cadastro identificou ainda um saldo positivo de 1.118 no emprego para pessoas com deficiência.
Salário
Sobre os rendimentos do trabalhador, o Caged apontou que o salário médio de contratação de um trabalhador formal no Brasil cresceu de R$ 1.971 para R$ 2.015 de março para abril. Em abril de 2022, esse salário era de R$ 1.980.
“A maior parte dos assalariados continua recebendo entre 1 e 1,5 salário mínimo. E, quando a gente olha para as características de instrução, a maior parte dos contratados tem ensino médio completo, sendo seguindo de médio incompleto e superior incompleto”, disse Montagner.
Levando em conta empregos formais e informais, o rendimento médio do trabalhador brasileiro teve leve recuo na comparação entre o trimestre de novembro a janeiro para o trimestre de fevereiro a abril: de R$ 2.894 a R$ 2.891, segundo a Pnad.
De fevereiro a abril do ano passado, o rendimento médio do trabalhador era de R$ 2.691. Houve, portanto, uma alta 7,5% dos rendimentos em um ano.
Ainda segundo a Pnad, a taxa composta de subutilização – relativa a trabalhadores que sentem que poderiam trabalhar mais horas ou dias do que hoje trabalham – ficou em 18,4% no trimestre encerrado em abril. Isso é 0,3 ponto porcentual a menos do que a registrada no trimestre anterior e 4,1 pontos a menos do que no ano passado.
A população desalentada – que desistiu de procurar emprego – caiu 4,8% em relação ao trimestre anterior e 15,3% na comparação anual.