O governador do Paraná, Beto Richa, do PSDB, pode ser investigado pela Procuradoria Geral da República (clique para ver reportagem do Jornal Hoje). O nome do governador foi citado por um delator do esquema de corrupção que atuava na Receita Estadual do Paraná.
No ano passado, o auditor fiscal Luiz Antônio de Souza afirmou ao Ministério Público que delegacias regionais da receita do Paraná teriam arrecadado R$ 4,3 milhões para a reeleição do governador Beto Richa, em 2014.
De acordo com o Ministério Público, havia uma rede de propina envolvendo fiscais e funcionários. Já existem ações na justiça contra mais de 200 pessoas, entre auditores fiscais e parentes deles, empresários, advogados e contadores.
Luiz Antônio de Souza, o principal delator da operação, diz que o esquema era coordenado pelo auditor fiscal Márcio Albuquerque Lima, que foi delegado regional da Receita Estadual em Londrina e inspetor geral de fiscalização.
?
Luiz Antônio afirmou ainda que Márcio Albuquerque seguia orientações de Luiz Abi Antoun, parente do governador.
Durante as investigações, empresários confessaram o pagamento de suborno para bloquear cobranças milionárias em impostos. Segundo os promotores, o Paraná deixou de arrecadar mais de R$ 800 milhões em tributos entre 2013 e 2015.
O inquérito corre em sigilo. De acordo com a Procuradoria Geral da República, o caso pode ser arquivado, dependendo do resultado da investigação. Mas, se o governador for denunciado, ele será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça.
Beto Richa se defendeu: “Sempre fomos muito criteriosos, isso eu não aceito. Sempre tivemos esse cuidado de aceitar dinheiro para campanha de origem lícita e sempre prestando contas de todos os recursos que ingressam na campanha. Estou absolutamente tranquilo em relação a isso, não tenho o que temer, até porque eu confio na justiça e, mais do que ninguém, sou o principal interessado que tudo isso seja devidamente explicado”.