Bancários definiram hoje, dia 27, a pauta de reivindicações que será entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) em agosto. Com data-base em 1º de setembro, a categoria vai cobrar reajuste de 12,5% – índice que inclui reposição da inflação mais aumento real (acima da inflação) de 5,4%, piso salarial no valor de R$ 2.979,25 e a participação nos lucros ou resultados (PLR) equivalente a três salários base mais parcela adicional fixa de R$ 6.247. Além disso, os sindicalistas querem vales refeição e alimentação equivalentes a um salário mínimo (R$ 724). Também pedem 14º salário e melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas.
A definição da pauta da campanha ocorreu na 16ª conferência nacional da categoria, realizada em Atibaia, no interior paulista, com a participação de 700 delegados que representam trabalhadores de bancos públicos e privados. São 500 mil trabalhadores em todo o país, sendo 142 mil apenas na base do sindicato de São Paulo.
Pauta mais abrangente também foi aprovada prevendo a luta pela reforma política, a democratização dos meios de comunicação e combate à terceirização e à precarização das condições de trabalho.
“Todo ano o setor empresarial tenta fazer alarde com a inflação e dizer que os ganhos salariais geram aumento de preços. No entanto, nos últimos anos mais de 90% das negociações tiveram aumentos reais de salário e a inflação esta há dez anos sem ultrapassar a meta, o que derruba este argumento mentiroso. Na verdade, os ganhos salariais geram demanda para as empresas e assim aumentam as possibilidades de investimentos na economia, possibilitando elevações na oferta de produtos e serviços, num ciclo virtuoso de crescimento econômico”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Juvandia Moreira. “Nossa campanha reivindica também melhores condições de trabalho para os bancários, fim das demissões e mais contratações, para atender melhor à população.”
A categoria também aprovou moção de repúdio a recente carta enviada pelo Santander a clientes de alta renda, em que o banco relaciona o sucesso eleitoral da presidenta Dilma Rousseff com a piora na economia do país. A moção critica a atitude do banco e descreve o ato como “irresponsável não só com a economia, mas com a democracia brasileira. Uma instituição desse porte não pode, ainda que tenha preferência eleitoral, praticar especulação, agredir a imagem do país e pôr em dúvida a nossa estabilidade”.