A bancada de vereadores do PT de Sorocaba divulgou nota à imprensa nesta quarta-feira, dia 29, com críticas à declaração do secretário municipal de Segurança Comunitária, Roberto Montgomery, que classificou como “fato isolado” o episódio da professora baleada na cabeça após tentativa de assalto no início desta semana.
Na condição de secretário municipal de segurança, Montgomery é também responsável pela Guarda Civil Municipal (GCM).
A bancada do PT é formada pelos vereadores Izídio de Brito, Francisco França e Carlos Leite.
Para os parlamentares, a afirmação do secretário “é absurda e mentirosa, pois há insegurança e medo nos professores, pais e alunos das mais diversas escolas públicas desta cidade”.
Os petistas também lembram, na nota, de casos de estupro, roubos, vandalismos e outras formas de violência nas proximidades de escolas em Sorocaba.
“Respeitamos a Guarda Civil Municipal e sabemos que faltam homens para suprir a demanda sorocabana, mas também falta o essencial: o direcionamento”, afirmam os vereadores.
Confira abaixo a nota dos vereadores na íntegra.
Nota à imprensa
Não é um mero “fato isolado”
Após uma professora ter sido baleada na cabeça ao sair da escola na noite de segunda-feira (27), o secretário de Segurança Comunitária, Roberto Montgomery, classificou para a imprensa o caso como um “fato isolado”.
Essa afirmação é absurda e mentirosa, pois há insegurança e medo nos professores, pais e alunos das mais diversas escolas públicas desta cidade. Como prova disso, não é novidade que tantos educadores deixam as escolas em blocos, que outros se afastam ou faltam do trabalho frequentemente e que tantos pais pedem a transferência dos alunos para outras unidades em busca de segurança para seus filhos.
Como afirmar que se trata de um “fato isolado” se nos últimos meses, só na Escola Municipal José Mendes, local em que a professora foi baleada, há registros de roubo de computadores, quebra dos portões e ateamento de fogo no prédio?
Afirmam que é um “fato isolado”, mas têm conhecimento das diversas situações de risco e carências das escolas públicas de Sorocaba, todas enviadas ao Poder Público por meio de relatórios periódicos produzidos pela direção das escolas e que, raramente, são atendidas.
Respeitamos a Guarda Civil Municipal e sabemos que faltam homens para suprir a demanda sorocabana, mas também falta o essencial: o direcionamento. Estão encaminhando tudo para a GCM, toda semana prendem menores traficantes, mas sua função primordial, que é garantir a segurança das famílias e dos prédios públicos, essa acaba sendo deixada de lado. E esses desvios sobrecarregam, por isso precisam ser revistos.
A falta de segurança não se trata de um fato isolado e não poderá se tratar enquanto tivermos adolescentes sendo estupradas em frente às escolas, como aconteceu ontem por volta das 18h30; nem enquanto professores, pais e alunos sentirem medo; enquanto as ruas das escolas não tiverem a iluminação adequada e enquanto acontecerem furtos, depredações e tráfico nas escolas desta cidade.
Por esses e tantos outros motivos é que não admitimos que aleguem que uma professora ser baleada na saída da escola trata-se de um mero “fato isolado”. E é por isso que na semana que vem estaremos convocando os secretários municipais de Segurança Comunitária, de Educação, Gestão de Pessoas, de Governo e de Administração, para prestarem esclarecimentos à Câmara e toda a sociedade sobre o “fato isolado” e o funcionamento dessa política de segurança do governo municipal.
Bancada do Partido dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Sorocaba
Vereadores Izídio de Brito – líder, Carlos Leite e Francisco França