Depois dos debates ocorridos na Conferência Nacional de Comunicação, a CONFECOM, consolidou-se na sociedade a opinião que há, de fato no Brasil, um latifúndio midiático, ou seja, um grande oligopólio onde onze famílias detêm o controle de 80% das redes comunicacionais do país. O vídeo Levante a Sua Voz, do Coletivo Intervozes, mostra isso com bom humor e inteligência.
O movimento sindical brasileiro procura seu espaço nessa luta, após muita insistência e um longo período, que culminou em três pedidos de concessão negados, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC finalmente conseguiu uma concessão e inaugurou recentemente a TV dos Trabalhadores, um canal com a voz de trabalhadoras e trabalhadores.
Na mídia impressa a Revista do Brasil, iniciativa do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, há quatro anos apresenta-se como alternativa inteligente e de qualidade diante de publicações corporativas e de caráter direitista como as revistas Época e Veja.
Por outro lado as chamadas mídias alternativas, principalmente aquelas vinculadas à internet, ganham cada vez mais relevância na formação da opinião pública e enriquece o debate com a diversidade de idéias. A criação do Centro de Mídia Alternativa Barão de Itararé é prova disso, composto principalmente por blogueiros progressistas, conta com nomes como Paulo Henrique Amorim, Luis Carlos Azenha, Emir Sader, Luis Fernando Veríssimo, entre outros.
Atento a isso, o movimento sindical tem trabalhado em diversas frentes para atualizar-se e participar desses espaços. A CUT lançou seu novo portal, que além de maior interatividade e integração com as redes sociais traz duas grandes novidades, TV Web e Rádio Web, repletas de programação variada e engajada.
O Instituto Observatório Social desde 2003 vê nesses espaços um importante espaço de interação e troca de experiências, tendo sua própria rede social, o Conexão Sindical, com mais de 2500 membros cadastrados entre dirigentes sindicais, militantes, trabalhadores e pesquisadores. Dentre esses, boa parte participou de processos formativos de inclusão digital e debates sobre o uso político das novas tecnologias.
Em um momento em que a democratização dos meios de comunicação está em pauta, o movimento sindical mostra-se pronto para contribuir efetivamente nesse debate.