Antes tratado como exclusivamente masculino, o setor metalúrgico tem contado cada vez mais com a participação das mulheres. Um estudo elaborado pela Subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e divulgado na última quinta-feira (5), mostra que na base da Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (FEM/CUT-SP), a atuação feminina aumentou de 16,69% em 2013 para 17,4% em 2014, o que representa um total de 43 mil mulheres. Deste total, Sorocaba ocupa a terceira colocação no ranking de cidades que mais contam com trabalho feminino – 9.546 mulheres – no setor. O município fica atrás apenas de Itu e Salto, com 11.567 e 10.578 cargos ocupados, respectivamente. Ainda conforme a pesquisa, na pior posição está Matão, com 3.268 mulheres realizando serviços nesta área.
Apesar do notável crescimento feminino no ramo da metalurgia, os homens ainda dominam o setor. Com 205 mil postos de trabalho preenchidos, a participação deles é 80,1% maior se comparado à das mulheres. Apesar disso, a pesquisa do Dieese mostra que na base da FEM/CUT-SP a classe feminina possui maior grau de escolaridade em relação à masculina, com 10.062 tendo no mínimo graduação de nível superior. Dos homens, apenas 28.290 do total têm diplomas universitários em seu currículo. Mas, mesmo assim, as mulheres recebem em média 29,6% a menos que o sexo oposto. A maior diferença pode ser vista no chamado grupo 2, composto por fabricantes de eletroeletrônicos, em que a diferença pode chegar em média a R$ 1.148,91.
De acordo com Fernando Lima, economista do Dieese, a ascensão feminina no setor metalúrgico pode estar relacionada à participação delas na sociedade como um todo. “Uma das principais justificativas é a inserção social da mulher. Vejo principalmente dessa forma o crescimento, muito mais do que por motivos estritamente econômicos”, explica. Segundo ele, os segmentos eletroeletrônicos e de autopeças são os que geralmente mais empregam o gênero feminino no setor.