A violência obstétrica e o parto humanizado serão discutidos em Audiência Pública na Câmara de Sorocaba nesta terça-feira, dia 8, às 19 horas. O debate é de autoria do vereador Izídio de Brito (PT), em parceria com os coletivos Parto de Gente e Ishtar Sorocaba e será aberto ao público interessado.
A Fundação Perseu Abramo, em pesquisa feita em 2010, revelou que 25% das mulheres brasileiras sofreram violência durante o parto. Segundo integrantes dos movimentos locais, há diversos relatos de mães sorocabanas que passaram por essas situações
e não sabiam que se tratava de violência obstétrica.
Violência Obstétrica
São consideradas violências obstétricas as cesáreas sem justificativa médica plausível, intervenções como corte na vagina, manobras e empurrões na barriga, restrição de liberdade de posições, tratamento desrespeitoso e restrição da entrada de acompanhante ao local do parto, entre outras.
Dados da Defensoria Pública do Estado de São Paulo afirmam que Brasil é o país campeão em operações cesarianas, resultado de uma prática indiscriminada da cirurgia e contrária às recomendações da Organização Mundial de Saúde.
Segundo pesquisas divulgadas pela OMS, as cesarianas levam a diversos malefícios que podem acarretar na saída precoce do feto causando traumas e o aumento das chances de sofrimento e complicações pós-cirúrgicas.
Parto Humanizado
De acordo com os coletivos, o parto humanizado consiste nas decisões da mulher ser levadas em conta mais do que em um parto convencional.
Realizando um mínimo de intervenções médicas
e apenas as autorizadas pela gestante, o parto humanizado prioriza a segurança e saúde da mãe e do bebê, não importando se ocorrerá na cama ou na água, em casa ou no hospital.
Incentivo
O governo federal lançou em 2011 a estratégia Rede Cegonha, que tem como uma das principais metas incentivar no Sistema Único de Saúde (SUS) o parto normal humanizado e intensificar a assistência integral à saúde de mulheres e crianças, desde o planejamento reprodutivo, passando pela confirmação da gravidez, pré-natal, parto, pós-parto, até o segundo ano de vida do filho.
Entre as ações da Rede Cegonha está o custeio de Centros de Parto Normal (CPN). São estruturas que funcionam em conjunto com a maternidade para humanizar o momento do parto, oferecendo as gestantes um ambiente com maior privacidade.