O inquérito civil que investigava as condições em que foi realizada a festa rave e a segurança dos pontos de ônibus instalados no quilômetro 107,9 da rodovia Raposo Tavares (SP-270), onde 12 jovens foram atropelados e seis deles morreram, foi arquivado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP/SP). A justificativa é que a Prefeitura e as administradoras das paradas e da rodovia teriam tomado as providências necessárias para a melhoria da segurança no local da tragédia, ocorrida em abril do ano passado. Já o inquérito policial, que incrimina o motorista Fábio Hattori pela morte dos seis jovens, foi concluído no mesmo mês e segue sob análise da justiça.
A alteração da linha 18 do transporte coletivo (que atende o bairro Quintais do Imperador), que segundo a Urbes – Trânsito e Transporte não passa mais pelo trecho da rodovia, e o fechamento da defensa metálica no local a fim de evitar o acesso de pedestres estão entre as medidas destacadas pelo promotor de justiça Jorge Alberto Marum. Além disso, como consta no arquivamento, a proprietária da chácara onde foi realizada a rave Neon Paint Party alegou desconhecer as dimensões da festa realizada nas dependências, na madrugada de 6 de abril. O local, segundo o MP, é destinado à recreação e não comporta eventos de grande porte. No decorrer do inquérito, a proprietária ficou “ciente e advertida das suas responsabilidades”.
Como é possível verificar no local, o ponto de ônibus nas imediações de onde ocorreu o atropelamento foi transferido da pista expressa para a marginal da rodovia SP-270. A nova parada fica no mesmo sentido, mas na via a pavimentação é precária. Um abrigo foi instalado e a pista cercada, mas ainda não há recuo e os passageiros ainda dividem espaço com mato alto e veículos. Em relação à festa da qual saíram os jovens, o Cruzeiro do Sul havia publicado, dois dias depois da tragédia, que o evento não possuía alvará da Prefeitura para acontecer. O espaço havia sido alugado para a realização de um aniversário, que teria a participação de 100 a 150 pessoas, e não para a rave, que chegou a receber 1,5 mil pessoas.
O promotor ressalta que a questão criminal do caso permanece sob responsabilidade da Promotoria de Justiça Criminal, que recebeu o inquérito da Polícia Civil também em abril do ano passado. A primeira audiência aconteceu em outubro, sem a presença do acusado, e contou com depoimentos dos seis sobreviventes. Não há previsão de quando será realizada uma nova audiência.