Cansados das promessas não cumpridas dos patrões, referente a atrasos no depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e corte do convênio médico, os trabalhadores da REVO cruzaram os braços, em frente à fábrica, em protesto que se iniciou nesta quarta-feira, dia 18 e, a maioria dos trabalhadores decidiram por entrar em greve nesta quinta-feira (19).
O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Valdeci Henrique da Silva (Verdinho), explica que a empresa não deposita o FGTS há seis meses e, nesta semana, os funcionários da empresa foram surpreendidos com o cancelamento do convênio médico.
Durante assembleia na porta da empresa, Verdinho ressaltou que por parte dos diretores da Revo foram adiantados dois meses do pagamento do FGTS – sendo seis meses de atraso – e a regularização do convênio médico. Os metalúrgicos da Revo não aceitaram a proposta.
“Depois de tantas promessas de resolver a questão e não cumprir, a empresa perdeu a credibilidade. Os trabalhadores não aceitam dar mais esse voto de confiança aos patrões e demonstraram revolta diante dessa situação. Todo mundo tem família para sustentar, não dá para continuar atrasando o pagamento que é de direito do trabalhador”, contou Verdinho.
Logo após a rejeição da proposta, o vice-presidente do SMetal e dirigentes da entidade se mobilizam com os trabalhadores para que assim escutem as reivindicações dos trabalhadores. Nela, eles defendem o depósito imediato de todos os atrasados, visto que o convênio médico já foi retomado.
As metalúrgicas e os metalúrgicos da Revo seguem em greve por tempo indeterminado.
Campanha Salarial 2023
Foi entregue pelo Sindicato na terça-feira, 17, pauta consta proposta de Acordo Coletivo de Trabalho da Campanha Salarial 2023. Nas negociações da Campanha Salarial, a Revo é representada pelo antigo Grupo 10, que não assina Convenção Coletiva de Trabalho com a Federação Estadual dos Metalúrgicos desde 2017. Por isso, o Sindicato está negociando acordos individuais, por empresa.
A reivindicação dos trabalhadores é a manutenção dos direitos que constam na CCT e o reajuste salarial que reponha o total das perdas com a inflação em 12 meses (de 4,06%) mais aumento real.
“Nós, do SMetal, priorizamos sempre o diálogo para resolver qualquer tipo de impasse, mas se isso não adiantar e tiver que parar a fábrica, a gente para. O que não podemos é admitir que mexam nos direitos dos trabalhadores, que são conquistados com muita luta. O Sindicato somos todos nós e quando há unidade é que demonstramos a força da nossa categoria e conquistamos avanços”, disse o vice-presidente do SMetal.