A presidenta da Apeoesp (Sindicato dos Professores da Rede Pública Estadual de São Paulo), Maria Izabel Noronha, se reuniu na tarde de ontem (23) com o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres, para dar início a uma discussão sobre ações articuladas das duas categorias em defesa da educação pública. O encontro aconteceu na sede da CNM/CUT, em São Bernardo do Campo (SP).
A presidenta da Apeoesp disse que a pauta da educação é de interesse de todos. “Os metalúrgicos têm tudo a ver com ela porque seus filhos estudam nas escolas públicas”, avaliou, destacando ainda que a educação é a base para a formação de trabalhadores.
“A aliança com a Apeoesp é importante para que os metalúrgicos entendam as necessidades dessa categoria e percebam a importância dela em suas vidas. São os professores que educam os filhos dos trabalhadores”, reforçou Paulo Cayres.
Um dos pontos abordados na reunião foi a gestão democrática das escolas, que é uma das 20 metas do Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em 2014. Para Maria Izabel a gestão democrática passa pela eleição dos diretores das escolas públicas. “A partir da luta contra a reorganização escolar no Estado de São Paulo, deflagrada em 2015, os pais dos alunos se aproximaram mais dos professores e passaram a perceber que são fundamentais na luta pela qualidade de ensino e que têm o direito de opinar no debate da educação”, assinalou a dirigente da Apeoesp.
Outro aspecto que a dirigente avalia como ponto comum para ações unificadas com os metalúrgicos é a Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Ela é a oportunidade para aqueles que não puderam estudar antes, como deve ser o caso de muitos metalúrgicos. Por isso, é possível pautar uma ação conjunta para garantir a qualidade da educação para os trabalhadores”, ponderou.
Maria Izabel lembrou ainda que o PNE determina como deve ser o financiamento da educação pública no Brasil, estabelecendo a proporção de investimento no setor em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), e que seu cumprimento deve ser fiscalizado.
Ressaltou também que a educação pública corre risco se a atual lei de partilha do petróleo acabar. “Hoje temos garantida a destinação de 75% dos royalties e 50% do Fundo Social do petróleo para investimento na área. Essa foi uma conquista importante para os trabalhadores em educação, mas principalmente para a população”, pontou, alertando que o governo golpista pode acabar com todo esse avanço conseguido pelos movimentos sociais e sindical nos últimos anos.
O presidente da CNM/CUT afirmou que temas como esses dizem respeito a todas as categorias profissionais e que também por isso é preciso estreitar os laços com os professores e suas entidades de classe. “Defender as reivindicações dos professores é defender a educação pública de qualidade. A unidade que começamos a construir hoje com a Apeoesp certamente dará frutos”, finalizou Paulo Cayres.