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Ano de 2023 foi o mais quente da história da humanidade

Desde a pré-história o mundo não percebe temperaturas tão altas. Quente e refém de eventos extremo

Gabriel Valery / RBA

Muitos cientistas entendem esse calor excessivo em todo o globo como parte de uma nova era; o Antropoceno

O ano de 2023 foi o mais quente desde o início das análises meteorológicas, que datam de 1850. Além disso, cientistas suspeitam que tenha sido o ano mais quente de toda história da humanidade, o que pode sugerir um marco que remonta a mais de 4 mil anos antes de Cristo. Já havia a expectativa sobre o caso. Nesta terça-feira (9), o Serviço Copernicus de Mudanças Climáticas, agência ligada à União Europeia, confirmou o cenário caótico relacionado ao aquecimento global.

Muitos cientistas entendem esse calor excessivo em todo o globo como parte de uma nova era; o Antropoceno. Trata-se de um novo período do planeta Terra, onde o ser humano e suas atividades impactam de forma definitiva na história geológica. Em particular, a atividade pós Revolução Industrial, com o progressivo aumento de emissão de gases do efeito estufa, está mudando a cara do globo.

Fracasso da humanidade

Os dados da agência também chamam a atenção para o iminente fracasso dos esforços da humanidade em evitar as tragédias ligadas ao aquecimento global. O Acordo de Paris, de 2015, assinado por 200 países, fixava o limite de aumento de temperatura média no planeta em 1,5º C. Contudo, o mundo está muito próximo disso. O ano de 2023 foi 1,48º C mais quente do que a média pré-industrial (1900).

Assim, o órgão da UE, sentencia que “as temperaturas de 2023, provavelmente, excedem as de todos os períodos durante pelo menos 100 mil anos”. “Foi um ano excepcional, com recordes climáticos caindo como dominós”, declarou a vice-diretora da agência, Samantha Burgess. Por fim, ela afirma que o limite de 1,5 grau do Acordo de Paris será superado “provavelmente, em janeiro ou fevereiro de 2024”.

Futuro quente

O relatório ainda indica que este foi o primeiro ano em que todos os 365 dias registraram temperaturas acima de um grau em relação ao período pré-industrial. “Os extremos que temos observado ao longo dos últimos meses dão um testemunho dramático de quão longe estamos agora do clima em que a nossa civilização se desenvolveu”, ressalta o diretor do Copernicus, Carlos Buontempo.

De acordo com o Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (IPCC), os atuais níveis de temperatura jogarão o planeta em um período de eventos climáticos extremos. Ao longo do último ano, o Brasil foi laboratório especial sobre isso. Temperaturas acima dos 45 graus, chuvas torrenciais, ciclones em frequência inédita. Tudo isso deve continuar (e se agravar) nos próximos anos, com a desertificação de biomas inteiros e alagamento de inúmeras cidades costeiras.

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