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Editorial

Ameaça ao futuro da inovação

Passados 10 meses desde a inauguração do núcleo inicial do PTS - e menos de três meses após a posse de Pannunzio - o novo prefeito serviu- se do local para acomodar seus aliados de campanha eleitoral

Imprensa SMetal

Anunciado mais ou menos na mesma época em que foi divulgado o plano da Toyota de se instalar em Sorocaba, em 2009, o projeto de implantação de um parque tecnológico na cidade foi tão comemorado quanto a vinda da montadora japonesa de veículos. Mas o prefeito Antônio Carlos Pannunzio (PSDB) começa a dar sinais de que chegou para acabar com a alegria de quem apostou nesse projeto de futuro para a cidade e a região.

Passados 10 meses desde a inauguração do núcleo inicial do PTS – e menos de três meses após a posse de Pannunzio – o novo prefeito serviu- se do local para acomodar seus aliados de campanha eleitoral, a começar pelo ex-prefeito Vitor Lippi, que ganhou o cargo de presidente da instituição. Pior: presidente tampão, já que deve ficar no cargo apenas um ano, pois pretende ser candidato a deputado em 2014.

Para alguns analistas econômicos, especialistas em planejamento empresarial, educadores e lideranças políticas, o Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS) tem potencial para ser decisivo para o desenvolvimento da região de Sorocaba.

Voltado para o setor metal-mecânico, o objetivo do PTS é desenvolver tecnologias inovadoras a partir de parcerias entre empresas e universidades. A necessidade das fábricas de obter novos processos e produtos tecnológicos seria atendida por centros de pesquisa, dando origem a protótipos de produtos inovadores e funcionais.

O estímulo à implantação de parques tecnológicos teve início com a Lei Federal de Inovação 10.973, sancionada pelo ex-presidente Lula em dezembro de 2004. Depois do empenho do presidente operário, dezenas de parques de pesquisa para a inovação começaram a ser construídos no país.

Nesse passado recente, enquanto Lula incentivava tecnologias para o futuro, o atual prefeito de Sorocaba, Antônio Carlos Pannunzio era deputado federal e fazia oposição raivosa em Brasília, criticando o presidente por toda e qualquer decisão política que tomasse.
O prefeito de Sorocaba alega que adotou critérios técnicos para formar a direção do PTS. Mas é escandalosa a acomodação política temporária de Lippi, um médico, em um cargo que deverá remunerá-lo e mantê- lo em evidência até a campanha eleitoral do próximo ano.

Pannunzio já vem sendo acusado de praticar nepotismo cruzado com o prefeito de Votorantim, devido à contratação recíproca de parentes nas prefeituras. Além disso, esta semana vetou a construção do Hospital Municipal de Sorocaba. Esses fatos, somados ao aparelhamento do PTS, indicam que o prefeito tucano não nutre nenhum respeito pela população que o elegeu.

Ainda é começo de governo, mas a oposição – inclusive da população – deve se fazer ouvir desde já, para que o estrago na cidade e no bem-estar dos trabalhadores não se aprofunde.

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