O ex-prefeito Renato Amary (PMDB) e o atual prefeito de Sorocaba, Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) estão entre os 443 denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) pelo episódio que ficou conhecido nacionalmente como “Farra das Passagens”. Eles são acusados de peculato pela época em que eram deputados federais em Brasília.
A denúncia foi apresentada pela Procuradoria Regional da República (PRR) ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que deve decidir se aceita ou não a denúncia. Os 443 políticos são acusados pelo uso da cota parlamentar de passagens aéreas para viagens de lazer ou transferência do benefício para terceiros.
Encaminhadas à Justiça na semana passada, as denúncias dizem respeito a passagens emitidas entre 2007 e 2009, quando foi revelado pelo site Congresso em Foco a utilização indevida das verbas por parlamentares.
Para formular as denúncias, o procurador Elton Ghersel examinou mais de 160 mil bilhetes aéreos emitidos no período.
A lista de denunciados não inclui políticos com foro privilegiado, como ministros de Estado ou deputados federais e senadores no exercício do mandato, que só podem ser investigados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Questionado, o advogado de defesa de Amary, Rodrigo Gomes Monteiro, disse que, como os detalhes da denúncia ainda não foram liberados pelo MPF, não é possível apresentar um posicionamento sobre o caso.
Segundo ele, é necessário analisar os destinos das viagens consideradas irregulares pela denúncia para que a defesa possa se pronunciar. O advogado declarou que, de imediato, não há preocupação de Amary.
O prefeito Pannunzio também foi procurado para comentar a citação na denúncia, mas não irá se pronunciar.