O governador Geraldo Alckmin (PSDB) recebeu nesta terça-feira (22), durante inauguração do Poupatempo, em Sorocaba, um relatório das ações abusivas da Polícia Militar nas portas das fábricas, durante assembleias de trabalhadores.
O documento foi entregue por Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região.
Além de mostrar o número excessivo de policiais e viaturas nas portas da fábrica e a cena da prisão do Sindicalista Valdeci Henrique da Silva, o Verdinho, o documento também pede que o governador tome providências contra o comportamento truculento dos soldados. A Polícia Militar é subordinada ao governador do estado.
O documento também foi entregue ao coronel Marco Antônio Severo Silva, comandante interino CPI-7 (Comando do Policiamento do Interior).
“A polícia é de extrema importância para a segurança da sociedade, mas quando ela se aglomera na porta das fábricas, sem nenhuma necessidade, a população fica desguarnecida”, afirma Terto.
O sindicalista diz, ainda, que, além de intimidar os trabalhadores e sindicalistas, os soldados têm interferido nas assembleias. “Não podemos admitir que policiais interfiram no trabalho sindical, muito menos intimide os trabalhadores”, conclui Terto.
Poupatempo chega com 10 anos de atraso
O poupatempo inaugurado nesta terça em Sorocaba chegou à cidade com dez anos de atraso. O primeiro ato para que a cidade ganhasse o serviço foi feito pelo deputado estadual Hamilton Pereira (PT) em 2001, quando o parlamentar apresentou à Lei de Diretrizes Orçamentárias uma emenda solicitando verbas para a construção de um poupatempo em Sorocaba.
Em 2002 veio a primeira promessa do governador, que foi sucedida de várias outras e só concretizada na terça. “A cidade já deveria ter conquistado esse serviço há muitos anos”, enfatiza o vereador metalúrgico Izídio de Brito (PT).
“Não vamos dizer que ele [poupatempo] demorou, mas dizer que hoje está sendo inaugurado”, amenizou a deputada Maria Lúcia Amary (PSDB) em seu discurso durante a inauguração, reconhecendo a demora da obra.