O ex-presidente da Odebrecht Benedicto Júnior afirmou, em sua delação premiada à Lava Jato, que se reuniu com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) para tratar de fraudes em licitação da Cidade Administrativa para favorecer grandes empreiteiras. Á época, segundo ele, o tucano era governador de Minas Gerais.
De acordo com o depoimento de Benedicto, Aécio orientou as construtoras a procurarem Oswaldo Borges da Costa Filho, que teria definido o percentual de propina que seria repassado pelas empresas no esquema. Os valores ficaram entre 2,5% e 3% sobre o total dos contratos. Oswaldinho, como é conhecido, é um colaborador das campanhas do político.
Conforme o delator, o próprio Aécio decidiu quais empresas participariam da licitação para a obra. A Cidade Administrativa, sede do governo mineiro, foi inaugurada em 2010 e custou R$ 2,1 bilhões, sendo a obra mais cara do tucano no comando do estado.
As informações fornecidas por ele foram confirmadas e complementadas, segundo pessoas com acesso às investigações, pelos depoimentos do ex-diretor da Odebrecht em Minas Sergio Neves, que detalhou os pagamentos feitos a Aécio.
Benedicto Júnior e Sérgio Neves estão entre os 77 funcionários da Odebrecht que assinaram acordo de colaboração com a Lava Jato. As delações foram homologadas pela presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmén Lúcia, e enviadas à Procuradoria-Geral da República, sob sigilo.
Com informações da Folha de S. Paulo