Mais de 27 mil metalúrgicos em 150 fábricas de Sorocaba e Região já conquistaram acordos que garantem reposição da inflação e aumento real de salários. A maioria dos acordos prevê 8,48% de reajuste, sendo 6,35% referentes à inflação dos últimos doze meses e 2% de aumento real. Há empresas em que o aumento salarial chega a 10% (3,4% acima da inflação). Em alguns casos, porém, o reajuste foi de 8% (1,55% de aumento real).
Um dos mais recentes acordos foi firmado com a Flextronics, em Sorocaba, após os trabalhadores aprovarem a proposta em assembleia na tarde desta quarta-feira, dia 22.
Os 27 mil trabalhadores com acordo representam 60% da categoria na região, formada por 45 mil metalúrgicos.
Nas fábricas onde os empresários ainda não negociaram aumento real, os trabalhadores estão se mobilizando para garantir a conquista. Na terça-feira um protesto parou a produção da Prysmian, no Éden, por duas horas. Na manhã de quarta, foi a vez dos metalúrgicos da Bauma, em Votorantim, cruzarem os braços por duas horas para exigir o reajuste de salários.
“A empresa que não oferecer aumento real vai continuar enfrentando paralisações e greves”, avisa o presidente do Sindicato, Ademilson Terto da Silva.
Orientação da FEM
O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba (SMetal) iniciou as negociações por empresa há cerca de 15 dias, após constatar que não havia previsão de avanços nas negociações estaduais da categoria. “A própria Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM) orientou os sindicatos filiados a partirem para a negociação por empresa, pois os representantes estaduais dos patrões estavam emperrando o diálogo e se limitavam a oferecer, no máximo, a reposição da inflação”, explica Terto.
Desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula os metalúrgicos vêm conquistando aumento real de salários em toda data-base (1º de setembro). “Este ano, talvez para criar um clima ruim em véspera de eleição e influenciar de forma negativa o eleitor, as bancadas patronais estão emperrando as negociações”, avalia Terto.