Na segunda-feira, 28, eventos em várias cidades brasileiras lembraram o Dia Internacional em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças de Trabalho. Segundo estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 2,34 milhões de pessoas morrem a cada ano no mundo devido a acidentes e doenças ocupacionais. Outras 160 milhões adoecem em virtude de condições de trabalho ou assédio.
No Brasil, de acordo com o Ministério da Previdência Social, em 2012, último dado disponível, foram registrados 705.239 acidentes de trabalho, contra 720.629 no ano anterior. O número de trabalhadores mortos em 2012 chegou a 2.731. O órgão também registrou 14.955 casos de pessoas que ficaram permanentemente incapacitadas para o trabalho.
A médica e pesquisadora Maria Maeno, especialista em segurança do Trabalho da Fundacentro, afirma que além dos acidentes e Lesões por Esforços Repetitivos (LER), tem havido aumento nos casos de doenças por transtornos psíquicos relacionados à pressão no trabalho e ao assédio por aumento da produtividade. “Há ainda doenças que são relacionadas ao trabalho, mas não são caracterizadas como tal, como as doenças gastrointestinais, cardiovasculares e até o alcoolismo”, afirma.
Para a especialista, tem que haver mudanças na forma de organização do trabalho para se reduzir o número de acidentes e doenças ocupacionais. Segundo reportagem da rede Brasil Atual, o modelo atual de organização do trabalho, com exigências de produtividade cada vez maiores e cumprimento de metas abusivas, afeta milhares de pessoas, em quase todos os setores, com números alarmantes de vítimas fatais e de incapacitação de trabalhadores.
