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Internacional

Aberta por Lula, Assembleia Geral da ONU deve focar na agenda climática

Realizado em Nova York, o evento vai debater formas de atingir as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e sobre trabalho decente

Gabriela Guedes/Imprensa SMetal
Ricardo Stuckert

Lula se reunirá com o presidente dos EUA, Joe Biden, para lançar uma iniciativa na área de direitos trabalhistas.

A 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) começa nesta terça-feira, 19, em Nova York, com discurso de abertura do presidente Lula, em sua oitava participação no evento, que deve focar na agenda climática neste ano.

O tema de 2023 é “Reconstruindo a confiança e reacendendo a solidariedade global: acelerando a ação na Agenda 2030 e seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) rumo à paz, prosperidade, progresso e sustentabilidade para todas as pessoas”.

Outro tema importante que será abordado é o trabalho digno. Lula se reunirá com o presidente dos EUA, Joe Biden, para lançar uma iniciativa na área de direitos trabalhistas, buscando parcerias com outros países e apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O objetivo é criar medidas para o trabalho decente na economia do século XXI.

O presidente do SMetal, Leandro Soares, ressalta que os debates na ONU são temas importantes para a classe trabalhadora brasileira. “Neste ano batemos recordes de altas temperaturas e possivelmente 2024 será o ano mais quente registrado da história, especialmente por conta do aquecimento global. É fundamental que os chefes de Estado, junto a sociedade, busquem formas de reverter essa situação”, afirma.

Meio ambiente

Uma série de reuniões e eventos simultâneos estão sendo organizados ao longo da Assembleia Geral da ONU sobre a questão climática. Além do presidente Lula, sete ministros brasileiros irão em comitiva para acompanhar os encontros.

A principal agenda é a Cúpula das Nações Unidas sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), em que os países vão reavaliar seus posionamentos e o andamento das 17 metas e objetivos para 2030, estabelecidos em 2015, que será acompanhada pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves e pelo ministro da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo, o qual também participará do Diálogo de Líderes do evento.

Agenda brasileira do debate ambiental

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), promovem na Bolsa de Valores de Nova York o painel  “Brasil em foco: mais verde e comprometido com o desenvolvimento sustentável”, com a presença do ministro das Cidades, Jader Filho.

Além disso, será realizada no dia 20 a Cúpula de Ambição Climática, que irá discutir ações para incentivar a busca pelas metas estabelecidas na Convenção Quadros das Nações Unidas sobre as Mudanças do Clima, de 1992, e o Acordo de Paris, de 2015.

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, participará da Cúpula para Ambição Climática, de reuniões ministeriais preparatórias para a COP28, reuniões com outros ministros do meio ambiente e do subcomitê de meio ambiente e mudança do clima da COSBAN.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, farão parte da Climate Week, onde falarão do Plano de Transformação Ecológica do Brasil. 

Política internacional

Neste ano, o Brasil participou de uma série de agendas internacionais importantes, como o G20, no Japão, reunião dos Brics, na África do Sul e a Cúpula dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em São Tomé e Príncipe. 

O secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Carlos Márcio Cozendey afirma que “essa presença na Assembleia Geral coroa um início de governo em que o presidente procurou ter uma atuação bem intensa para recolocar o Brasil no cenário internacional e retomar a participação nos fóruns multilaterais”.

Sobre a ONU

A ONU foi fundada após a Segunda Guerra Mundial, em outubro de 1945, através da Carta das Nações Unidas, com a participação do Brasil. Atualmente, participam da Assembleia Geral 193 Estados. 

Desde 1955, o Brasil faz o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU. Um dos motivos que estabeleceu essa tradição foi para “consolar” a ausência do Brasil no Conselho de Segurança da entidade, o que tem sido questionado por Lula.

“O que a gente quer é criar novos mecanismos, que tornem o mundo mais igual do ponto de vista das decisões políticas. Por exemplo, eu vou questionar o Conselho de Segurança da ONU, por que que o Brasil não pode entrar? Por que a Índia não pode entrar? Por que a África do Sul não pode entrar? Por que não pode entrar a Alemanha? Quem é que disse que os mesmos países que foram colocados lá em 1945 continuem lá?”, questionou ele durante participação no programa “Conversa com o Presidente”, um programa do Lula no Youtube.

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