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Palavra da Diretoria

A razão da marcha

Palavra da Diretoria desta semana aborda importância da mobilização dos trabalhadores: "Por dependerem de votos, eles não podem ignorar a pauta dos trabalhadores quando ela adquire visibilidade"

Imprensa SMetal

É inegável que nos últimos 10 anos o governo federal está disposto a dar atenção à pauta dos trabalhadores. Não por acaso, a classe trabalhadora tem conseguido conquistas substanciais, como melhor distribuição de renda, geração de empregos, oportunidades de qualificação profissional e programas sociais como o Prouni e o Minha Casa Minha Vida.

No entanto, em qualquer país democrático, o presidente da República não pode, nem deve, tomar decisões na base da “canetada”. É preciso dialogar com os segmentos sociais, com o Congresso e superar pressões da oposição.

No caso do Brasil, a oposição ao governo do PT representa oligarquias poderosas, como os ruralistas, que abominam obrigações trabalhistas; grandes empresários, que vivem tentando eliminar direitos dos trabalhadores; banqueiros, que não suportam e ideia de reduzir seus lucros astronômicos; e os grandes conglomerados de comunicação, que difundem os interesses dos segmentos anteriores.

O Congresso Nacional que, em tese, é um símbolo da sociedade democrática, também enfrenta essas forças políticas ao encaminhar e votar projetos de lei. Em seus dois mandatos, o ex-presidente Lula afirmou várias vezes que a manifestação da sociedade civil organizada é fundamental para que o governo tenha argumentos políticos em defesa de leis favoráveis aos trabalhadores.

Da mesma forma, a presidenta Dilma Rousseff dá sinais de que conta com a pressão popular para enfrentar resistências conservadoras em Brasília.

Os grupos contrários às propostas sociais estão aninhados no PSDB e partidos aliados. Por isso, é inadmissível que o movimento sindical adote uma postura “apolítica” ou “neutra” em relação ao equilíbrio de poder político no país. O bem estar da classe trabalhadora depende dessa correlação de forças políticopartidárias.

Infelizmente, a grande maioria dos elitistas é eleita com votos de trabalhadores. Até porque, a elite endinheirada do país é minoria; e matematicamente não seria capaz de eleger sozinha seus representantes políticos. Por outro lado, por dependerem de votos, eles não podem ignorar a pauta dos trabalhadores quando ela adquire visibilidade.

Esses fatores justificam e tornam essenciais mobilizações populares como a Marcha das Centrais e Movimentos Sociais, que será realizada dia 6 em Brasília. A Marcha pretende dar essa visibilidade a reivindicações como o combate à demissão imotivada (rotatividade), fim do fator previdenciário, salário igual para trabalho igual entre homens e mulheres, mais verbas para saúde e educação, redução da jornada, entre outros.

Devemos valorizar, divulgar e defender iniciativas como essa, pois elas são determinantes para o desenvolvimento, para a evolução social e econômica do Brasil e de seus trabalhadores.

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