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Novas gerações

“À medida que mais jovens ingressam nas fábricas, o sindicato precisa assegurar que suas vozes sejam ouvidas”, ressalta presidente do SMetal

No dia em que se celebra o Dia do Jovem Trabalhador, o secretário-geral do SMetal também ressalta seus anseios sobre os desafios diante desse aumento do número de jovens na categoria metalúrgica

Amanda Monteiro/Imprensa SMetal
Freepik

O aumento do número de jovens na categoria metalúrgica representa não apenas uma mudança demográfica, mas também uma oportunidade para a renovação e o avanço desse setor.

Com base em dados recentes fornecidos pela subseção Sorocaba do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) ao Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), uma análise estatística revela a quantidade dessa força de trabalho jovem nas metalúrgicas.

Em 2022, de acordo com os último dados disponibilizados pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), os números absolutos mostram um retrato claro: os jovens até 24 anos eram 11,90% da base do SMetal, totalizando 5.258 trabalhadores e trabalhadoras. Ampliando a faixa etária para até 29 anos, esse contingente representava 25,42% da força de trabalho, totalizando 11.236 profissionais. 

Para fins estatísticos, a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) definem como jovens o grupo etário composto por pessoas entre os 15 e os 24 anos. De acordo com o Estatuto da Juventude, são considerados jovens aqueles que têm idade entre 15 e 29 anos. 

De acordo com Leandro Soares, presidente do SMetal, é necessário reconhecer e abordar as mudanças demográficas que estão moldando o cenário das fábricas. 

“Nos últimos anos, testemunhamos um aumento significativo na entrada de jovens trabalhadores no setor metalúrgico. Este fenômeno apresenta tanto desafios quanto oportunidades, e é essencial que o sindicato esteja a frente dessa transformação, garantindo que a nova geração seja devidamente representada, informada e engajada com as mobilizações necessárias”, complementa. 

Os dirigentes da entidade entendem que é necessário conscientizar esses novos trabalhadores sobre a importância desse setor para a economia. 

A importância de trazer o jovem trabalhador para o centro da discussão

Para Silvio Ferreira, secretário-geral do SMetal, os próximos passos são ainda mais desafiadores tanto para o Sindicato quanto para os jovens trabalhadores que ainda estão adentrando as metalúrgicas. 

“Ampliar a participação dos jovens na agenda sindical é mais do que um desafio; é uma necessidade para garantir uma representação verdadeira e eficaz dos trabalhadores do futuro. O sindicato reconhece a importância social e econômica de trazer os jovens para o centro das discussões, não apenas em relação ao mercado de trabalho, mas também em questões do ‘dia a dia’ que envolvem remuneração decente, jornadas reduzidas trazendo uma qualidade de vida para esse jovem”

Ainda assim, Silvio complementa que “quando discutimos garantias e melhorias que vão além da produção na fábrica, estamos abertos a colaborar na construção desses temas junto aos trabalhadores. Mais uma vez, isso seria uma oportunidade para envolver os jovens nessa discussão, unindo sindicato, trabalhadores jovens e empresas. Queremos demonstrar que o sindicato está receptivo para compreender e debater as aspirações da juventude”.

O aumento do número de jovens na categoria metalúrgica representa não apenas uma mudança demográfica, mas também uma oportunidade para a renovação e o avanço desse setor.

Geração Z no mercado de trabalho

Uma pesquisa recente realizada pela Bentley University mostrou que a maioria dos trabalhadores quer mudar o mundo, especialmente a geração Z, pessoas nascidas entre 1996 e 2010. No geral, 55% dos entrevistados afirmaram que mudariam de emprego se tivessem a oportunidade de gerar um impacto mais positivo no mundo. Dentre eles, 71% têm menos de 30 anos.

Ainda assim, Silvio ressalta que historicamente focados em questões como salários, benefícios e condições de trabalho, estão agora sendo chamados a navegar em águas desconhecidas, onde o propósito e a realização pessoal ocupam um lugar central.

“Num mundo onde a busca por propósito no trabalho é uma demanda crescente, os sindicatos se encontram diante de um novo e complexo desafio: compreender e atender às necessidades e aspirações dos trabalhadores jovens, especialmente aqueles da Geração Z. Para esses jovens, entendemos que o trabalho vai além de questões pontuais, mas é também uma oportunidade de expressar seus valores, contribuir para uma causa maior e sentir-se realizados em suas atividades profissionais”, finaliza.

Leandro Soares finaliza dizendo que: “À medida que mais jovens ingressam nas fábricas, o sindicato precisa assegurar que suas vozes sejam ouvidas, possuindo um papel crucial a desempenhar na conscientização desses trabalhadores sobre questões de condições de trabalho seguras e benefícios adequados. A falta desse olhar pode levar à exploração e injustiças no local de trabalho, algo que nenhum sindicato comprometido com os direitos dos trabalhadores pode aceitar”.

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