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Entrevista

A luta por melhorias nos locais de trabalho deve ser intensificada em 2019

De acordo com o presidente do SMetal, Leandro Soares, a união e a mobilização da classe trabalhadora poderá ter força para fazer o contraponto necessário para lutar contra os retrocessos

Imprensa SMetal
Foguinho/ Arquivo SMetal

A informalidade e o trabalho precário aumentaram após a Reforma Trabalhista e o governo atual pôs fim ao Ministério do Trabalho. Por isso, a luta por melhorias no local de trabalho, por direitos que dão dignidade ao trabalhador e à trabalhadora terá importância ainda maior neste ano.

É o que afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Leandro Soares. Ele lembra que apesar de todas as dificuldades impostas aos metalúrgicos e à classe trabalhadora como um todo – como Reforma Trabalhista e as dificuldades colocadas pelos patrões nas negociações – a categoria metalúrgica da base do SMetal teve êxito.

“Conseguimos assegurar, após um enorme enfrentamento com os setores patronais, as Convenções Coletivas e o aumento real na Campanha Salarial. Também tivemos em 2018 um crescimento na categoria devido aos acordos firmados pelo sindicato para geração de postos de trabalho, fora o crescimento no Programa de Participação nos Resultados (PPR)”, enumera.

Frente ao fim do Ministério do Trabalho, que tinha 88 anos de existência, garantindo fiscalizações e direitos para os trabalhadores, os sindicatos são as únicas ferramentas dos trabalhadores para reivindicarem melhorias, igualdade e para denunciar assédio e outras irregularidades.

Cenário duvidoso

Para Leandro Soares, não demorará muito para as ruas serem palco de mobilizações novamente. “Os poucos dias do governo Bolsonaro já demonstram que é a velha política que está em vigor e só os trabalhadores estão pagando a conta”.

As decisões e os recuos no atual governo são tantos que demonstram para os brasileiros e para os estrangeiros que não há preparo técnico nem do presidente nem de sua equipe, envolvida em casos de corrupção.

Os poucos dias de governo demonstram à população serem continuidade da estratégia da campanha política, baseada em fake news. Governo anuncia base americana no Brasil, edita medidas para permitir erros em materiais didáticos, emite documento para cancelar reforma agrária e, depois, com a divulgação pela imprensa, acaba recuando como se nada tivesse passado de uma simples brincadeira.

Para os analistas políticos esse desgoverno gera insegurança e perda de credibilidade ao país. Internamente, quem perde são os trabalhadores. Em carta, a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) divulgou nota (confira aqui) nesta terça-feira, dia 8, para denunciar a pretensão do governo de extinguir a Justiça do Trabalho.

“O movimento sindical tem que se juntar aos juristas, que querem que os direitos continuem a ser respeitados. Nós estamos à disposição para fazer as lutas necessárias”, reforça o dirigente.

Bandeiras de luta

Um outro ataque que vem sendo colocado ao trabalhador e à trabalhadora é a ameaça do fim da aposentadoria. “Governo estuda excluir afastamento por doença de cálculo de aposentadoria”, diz a matéria publicada nesta quarta-feira, dia 9, na Folha de São Paulo.

“Somos contra a Reforma da Previdência do jeito que vem sendo imposta e sabemos que querem apenas beneficiar grupos de iniciativa privada, prejudicando diretamente milhões de brasileiros que têm o direito à uma aposentadoria digna. Essa defesa sempre será uma de nossas bandeiras de luta”, comenta Leandro.

Para todos os dirigentes do SMetal este ano a unidade entre os movimentos e entre os trabalhadores deve ser o recado contra qualquer opressão e ataque aos direitos.

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