Os juros altos têm um efeito cascata que afeta negativamente os trabalhadores, que reduz seu poder de compra e a geração de empregos. Por isso, participar de protestos contra os juros altos é uma forma de demonstrar insatisfação com as políticas econômicas que prejudicam a população, e a ideia é pressionar por mudanças que sejam favoráveis ao povo brasileiro.
Neste sábado, dia 8, acontece um protesto na região central de Sorocaba, organizado pelas centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos progressistas. A concentração da atividade está marcada para às 9h, na Praça Frei Baraúna. A partir das 10h, os manifestantes farão uma caminhada pelas ruas de Sorocaba (saiba mais).
Confira abaixo 10 motivos do porque os trabalhadores e trabalhadoras devem ir às ruas cobrar a redução da taxa de juros e o impeachment do presidente do Banco Central, Campos Neto:
1. Juros altos compromete o poder de compra do trabalhador e fica mais caro comprar parcelado;
2. Afeta diretamente o bolso do brasileiro, dificultando o acesso ao crédito e encarecendo os financiamentos;
3. Dificulta o planejamento financeiro das pessoas e pode aumentar o endividamento da população;
4. A taxa de juros elevada beneficia os bancos e os investidores/rentistas, enquanto sufoca a população. Somente em 2022, os bancos lucraram R$ 106,7 bilhões;
5. Impede o desenvolvimento, principalmente, de pequenas empresas e limita o potencial de crescimento econômico no país e a geração de emprego;
6. Juros abusivos prejudicam a todos, principalmente os mais vulneráveis, diminuindo a renda das famílias;
7. Consumidor deixa de comprar, as empresas de vender, a produção cai e o desemprego cresce;
8. Obriga governo a gastar mais dinheiro para negociar títulos públicos federais, reduzindo o orçamento que poderia ser revertido em serviços para a população, como saúde, educação, moradia, entre outras;
9. Atualmente, o governo é forçado a gastar R$ 617 bilhões com esses juros que jogam de um lado contra o Brasil. Se caísse apenas 1%, o país economizaria R$ 38 bilhões por ano;
10. A taxa de juros é imposta pelo presidente do Banco Central, que é uma instituição independente de outros órgãos. Campos Neto é aliado do ex-presidente Bolsonaro e a manutenção da Selic em 13,75% é uma afronta ao governo Lula, que já cobrou do Copom a redução da taxa.
O que significa um Banco Central Independente?
Para facilitar o entendimento da população sobre como funciona a atual política do Banco Central, o supervisor do escritório regional São Paulo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o economista Fernando Lima, faz uma analogia comparando a economia com o corpo humano.
“Quando precisamos fazer uma cirurgia, os médicos conversam entre si para ter o melhor resultado para curar determinada doença. Para uma cirurgia ortopédica, por exemplo, o paciente tem que passar por outros especialistas, como anestesista, cardiologista, etc., para que a vida dele não seja colocada em risco”, explica.
E completa: “No caso da economia, o presidente do Banco Central não é obrigado a conversar com os representantes do governo. Por isso, enquanto o governo federal tenta promover o crescimento econômico, o Banco Central vai no caminho oposto, dando um remédio amargo que é a taxa de juros. Se continuarem insistindo com as doses desse remédio, podem vir matar o paciente, que no nosso caso é o Brasil”.
A alta na taxa Selic se mantém desde agosto do ano passado, quando o Copom elevou os juros de 13,25% e segue assim até hoje. O Brasil tem a maior taxa real do mundo: são 5,75% de inflação para os 13,75% da Selic, o que representa 8% de juros reais.
Serviço:
Ato Juros Baixo Já!
Dia 8 de julho, às 9h;
Concentração na Praça Frei Baraúna, centro de Sorocaba.