A Indústria desempenha um papel vital na economia e significativo na geração de empregos e na capacitação profissional. Além disso, contribui significativamente para o desenvolvimento do país. Com a expansão do setor, surgem novas vagas de emprego, abrangendo diferentes níveis de qualificação, no entanto é preciso garantir que este trabalho seja atrativo para as novas gerações.
A afirmação é do Leandro Soares, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), se referindo a inserção da geração Z, nascidos entre 1995 e 2009, no mercado de trabalho, especialmente na categoria metalúrgica, que hoje representa cerca de 28,90% dos trabalhadores e trabalhadoras empregados no ramo, de acordo com os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2022 (último ano disponível).
Dados do portal What Is The Big Data indicam que a Geração Z constituirá aproximadamente 27% da força de trabalho até 2025. Por isso, suas demandas e necessidades precisam ser levadas em consideração.
“A presença deste novo perfil de trabalhador deve ser discutida urgentemente em instâncias sindicais, assim como o desenvolvimento da Nova Indústria Brasil”, ressaltou Leandro fazendo ligação com os desafios atuais e a Nova Política Industrial do governo federal.
“Com um governo que incentiva a indústria nacional, nós, das frentes sindicais, celebramos e fomentamos essas iniciativas. No entanto, é crucial avaliar se o modelo de trabalho está alinhado com as expectativas e características dessa nova geração que está ingressando no setor”, comenta o presidente.
Sindicato e Geração Z
O sindicato desempenha um papel crucial nesse processo. Ele atua como um mediador entre os trabalhadores e as empresas, garantindo que as necessidades e demandas dos jovens profissionais sejam ouvidas e atendidas.
“Nosso papel é assegurar que o ambiente de trabalho seja atrativo para esses novos profissionais, oferecendo não apenas boas condições salariais, mas também oportunidades de crescimento e um ambiente inclusivo e inovador”, reforça Soares.
Geração Z e seus desafios
Ainda de acordo com os dados do portal mencionado, 77% da Geração Z valoriza um bom equilíbrio entre vida profissional e pessoal. A qualidade de vida tornou-se uma preocupação central para esses jovens, especialmente após a experiência do trabalho remoto durante a pandemia de 2020, que alterou significativamente os padrões laborais.
“A maioria da Geração Z começou a trabalhar de forma remota devido à pandemia global, o que modificou a dinâmica de trabalho para muitos”, acrescenta Soares.
Para ele, essa mudança tem levado empresas e sindicatos a repensarem suas abordagens para melhor atender às expectativas desta nova força de trabalho, pois na metalurgia a mão de obra do trabalhador ainda precisa ser presencial no chão de fábrica, porque a linha de produção não pode parar”.
Nova Indústria Brasil
A Nova Indústria Brasil (NIB) desempenha um papel essencial nesse contexto. Com foco na inovação, sustentabilidade e na digitalização dos processos, a iniciativa busca modernizar a indústria nacional, tornando-a mais competitiva no cenário global.
Esse movimento é particularmente relevante para a Geração Z, que valoriza ambientes de trabalho tecnologicamente avançados e que oferecem oportunidades para desenvolvimento contínuo.
“As empresas que se alinham com os princípios da Nova Indústria Brasil têm mais chances de atrair e reter talentos desta geração”, destaca Soares.
“Esses jovens profissionais procuram locais onde possam crescer, aprender e contribuir para causas que consideram importantes, como a sustentabilidade e a inovação. Hoje o propósito é muito importante para que tenhamos profissionais engajados com orgulho de pertencer à uma categoria organizada e mobilizada”.
Indústria 4.0 é atraente
Além disso, o programa NIB promove a integração de tecnologias emergentes, como inteligência artificial, internet das coisas (IoT) e automação, aspectos que são atraentes para os nascidos nesse período. Estes jovens, nativos digitais, estão naturalmente inclinados a ambientes de trabalho que utilizam essas tecnologias para aumentar a eficiência e a criatividade.
“A Nova Indústria Brasil tem o potencial de proporcionar tudo isso, desde que suas diretrizes sejam implementadas de maneira eficaz”, reforça o presidente do SMetal.
Assim, ao alinharem suas estratégias com as expectativas da Geração Z, as empresas da Nova Indústria Brasil não só contribuem para o desenvolvimento econômico do país, mas também para a construção de um mercado de trabalho mais moderno, justo e dinâmico.