O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) recebe, semanalmente, relatos de trabalhadores da base da entidade sobre tentativas de golpes financeiros. As práticas criminosas acontecem, especialmente, por meio do WhatsApp, aplicativo multiplataforma de mensagens instantâneas e chamadas de voz.
De acordo com a advogada Márcia Jeunon, do departamento jurídico do SMetal, é importante que o trabalhador esteja sempre em alerta ao receber, no aplicativo, mensagens de números desconhecidos relacionadas a valores em dinheiro. “Geralmente, esse tipo [de conteúdo] é uma mensagem de golpe, quando se fala que você tem um dinheiro a receber”, destacou.
A orientação, segundo a advogada, é para que os trabalhadores que receberam esse tipo de mensagem no WhatsApp, entrem em contato imediatamente com o SMetal, solicitando atendimento jurídico, para que recebam as orientações necessárias. Caso o trabalhador tenha fornecido dados ou acessado algum link enviado pelo golpista, é necessário também registrar uma ocorrência policial na delegacia de crimes cibernéticos. “Até mesmo para se resguardar e para abrir uma investigação sobre esse tipo de crime”, explicou a advogada.
Golpe em Sorocaba
Dentre as práticas criminosas mais frequentes no WhatsApp estão os golpes envolvendo o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o “Valores a Receber”, do Banco Central. Entretanto, é importante estar atento a outros tipos de mensagens fraudulentas.
É o caso da denúncia recebida, esta semana, pelo departamento jurídico do SMetal. Uma trabalhadora de Sorocaba, que a reportagem optou por não identificar, buscou atendimento na sede da entidade para solucionar uma dúvida em relação às mensagens que recebeu por meio do WhatsApp. “Eu fui orientada pelo meu marido a procurar o Sindicato para saber se realmente era um golpe”, disse.
Na conversa, o golpista se identifica como representante da “Sindicância do Trabalho”, e afirma que estão atendendo todos os ex-funcionários da empresa em que a vítima trabalhou. A mensagem fraudulenta diz, ainda, que a trabalhadora possui o valor pendente de R$ 520, e solicita que compareça presencialmente a uma das unidades “para refazer os cálculos e entrar com o ressarcimento dos valores que estão em aberto”.
Ao responder que tem interesse, o golpista informa que possui unidades “no Jabaquara, Lapa, Luz, Tucuruvi, São Mateus, Guarulhos, Sorocaba e São José dos Campos”, e pede para que a trabalhadora vá ao endereço indicado com RG, CPF, comprovante de residência, carteira de trabalho, rescisão contratual, holerites e, ainda, todos os documentos relacionados a empresa.
Após a confirmação do horário, data e unidade selecionada, o golpista afirma que a consulta está agendada e pede para que a trabalhadora esteja no local “com 10 minutos de antecedência”. O endereço, fornecido como a suposta unidade de Sorocaba, não possui placas indicando a existência da “Sindicância do Trabalho” no local. O departamento jurídico do SMetal segue com investigações sobre o caso.
Denuncie ao SMetal
Para receber atendimento jurídico no SMetal, é necessário agendar um plantão, por meio do telefone (15) 3334-5400 ou WhatsApp (15) 99714-9534. Os advogados são especializados nas áreas trabalhista, previdenciária e civil.
Os atendimentos acontecem de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na sede da entidade, localizada na rua Júlio Hanser, 140, próximo a rodoviária de Sorocaba.