O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) organizou uma assembleia na Flextronics, na manhã desta sexta-feira, em que a categoria autorizou o sindicato a negociar um aumento salarial de 6,14%, além da renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Diante da pressão, a empresa aceitou negociar em reunião marcada para a próxima quinta-feira, 16.
A Flex é representada nas negociações coletivas pelo Sinaes, do Grupo 2, que neste ano apresentou propostas inferiores ao aumento de 2% acima da inflação, reivindicação apresentada pela Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP).
Ao invés da empresa negociar individualmente com o SMetal, a empresa aplicou um aumento salarial abaixo dos valores negociados com cerca de 200 empresas na região de Sorocaba.
“Apesar da truculência da fábrica, percebemos que os trabalhadores estão conscientes dos direitos que podemos buscar e estão dispostos a se mobilizar. Seguiremos buscando negociar com a empresa um acordo que valorize os trabalhadores”, conta Valdeci Henrique da Silva (Verdinho), vice-presidente do SMetal.
Além da assembleia, os dirigentes distribuíram nos dois turnos, um jornal específico que retoma o histórico da relação entre as reivindicações dos trabalhadores e a Flex, marcada por prática antissindical e descaso com os direitos trabalhistas.
Pauta de reivindicações
Na reunião da próxima quinta-feira, os dirigentes do SMetal irão apresentar novamente a pauta da categoria referente a Campanha Salarial de 2023, que reivindica um aumento de 6,14% nos salários, 2% acima dos 4,06% da inflação.
“O mais preocupante é que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) não está garantida para o próximo ano devido a reforma trabalhista”, ressalta Verdinho.
A CCT, caso seja renovada e aprovada pelos trabalhadores, garante direitos como licença maternidade de 180 dias, licença paternidade e casamento, auxílio creche, estabilidade pós-aposentadoria, adicional noturno de 35%, além de garantias ao acidentado ou que adquiriu doença profissional não estão mais garantidos para o próximo período.
Um dos avanços que os trabalhadores buscam através da CCT é a redução da jornada de trabalho para 40h semanais, sem redução nos salários. Hoje, os trabalhadores da fábrica trabalham aos sábados de forma revezada.
“Enquanto os diretores da fábrica estão com suas famílias aos sábados, nós estamos na fábrica dando nosso sangue, por isso queremos negociar”, critica Lindalva Martins, participante do Comitê Sindical de Empresa (CSE) da Flex.
Denuncie
Diversas denúncias têm chegado ao SMetal de descaso da Flex com os trabalhadores, especialmente mulheres e Pessoas com Deficiência. Caso precisem, os metalúrgicos podem procurar o sindicato através do canal de denúncia, neste link.