As pesquisas de vendas no varejo e de produção industrial,ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam a recuperação da economia em agosto.
A recuperação ocorre após uma série de medidas anticíclicas e estruturantes, tomadas pelo governo federal no âmbito do Plano Brasil Maior, como a ampliação das linhas de crédito dos bancos oficiais e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros, linha branca, móveis e materiais de construção.
O volume de vendas no comércio varejista cresceu 9% no acumulado dos oito primeiros meses do ano e 7,8% nos últimos 12 meses. No conceito ampliado (com carros e material de construção), a variação foi de 8,6%, no acumulado do ano, e 6,8%, nos últimos 12 meses. Sob influência dos incentivos fiscais, o aumento das vendas de materiais de construção foi de 8,7% no acumulado do ano e de 7,8% nos últimos 12 meses.
De acordo com o IBGE, a queda de preços em função da redução do IPI para compra dos automóveis novos, aliada à redução dos juros e a oferta de crédito, justifica a alta de 26,3% em relação a agosto de 2011, acumulando no ano e nos últimos doze meses variações da ordem de 7,9% e 4,8%, respectivamente.
Indústria – Já a produção industrial cresceu em 9 de 14 locais pesquisados em agosto. Segundo o levantamento divulgado no último dia 9, Goiás liderou o crescimento da indústria, com 10,3%. Os seguintes estados também registraram crescimento: Amazonas (7,6%), Rio Grande do Sul (4,8%), Minas Gerais (3,3%), Paraná (3%), São Paulo (2,7%), Rio de Janeiro (0,6%), Santa Catarina (0,5%) e Bahia (0,1%).
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) já havia apontado a recuperação da economia brasileira. O índice estima o grau de atividade econômica e foi criado para tentar antecipar os resultados oficiais sobre o Produto Interno Bruto (PIB) divulgados pelo IBGE. A última estimativa disponível, divulgada em setembro, apontou aumento de 0,42% em julho frente a junho, em dados dessazonalizados. Nos sete primeiros meses do ano, o IBC-Br aponta um crescimento de 1,08% sobre igual período de 2011.
Entre as medidas estruturantes de impacto imediato, o governo instituiu a desoneração da folha de pagamentos, que já contemplou 40 setores com a troca da contribuição de 20% para a previdência por uma alíquota que varia de 1% a 2% sobre o faturamento, e o programa Reintegra, que devolve à indústria 3% da receita obtida com a exportação de produtos. O governo ainda direcionou R$ 8,4 bilhões do Orçamento para serem gastos com compras governamentais nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e nas áreas de saúde, defesa, educação e agricultura.
Taxa Selic cai para 7,25% ao ano
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) diminuiu a
taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, chegando a 7,25%, na última quarta-feira (10). Foi a décima reunião consecutiva em que o colegiado de diretores do BC reduziu a Selic.
Em nota divulgada logo após o término da penúltima reunião no ano, o colegiado informou que essa redução teve 5 votos a favor, enquanto três diretores optaram por manter a taxa nos atuais 7,50%.