Busca
Busca
Política

Reforma Tributária: É uma vitória, mas luta contra desigualdade continua

Projeto diminui imposto em bens de consumo, zera imposto da cesta básica e aumenta taxação dos mais ricos; confira o que você precisa saber sobre a Reforma Tributária

Daniela Gaspari / Imprensa SMetal
Divulgação

A PEC aprovada na Câmara Federal simplifica impostos sobre o consumo, prevê a criação de fundos para o desenvolvimento regional e unifica a legislação dos novos tributos

A classe trabalhadora brasileira conquistou uma importante vitória na última semana, a aprovação da Reforma Tributária. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 45/19, aprovada na Câmara Federal no dia 7 de julho, simplifica impostos sobre o consumo, prevê a criação de fundos para o desenvolvimento regional e unifica a legislação dos novos tributos.

Para a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos, apesar da proposta aprovada ainda não ser a mais eficaz para acabar com as desigualdades do sistema tributário brasileiro, foi uma conquista histórica, que faz parte da luta do movimento sindical há mais de três décadas.

A expectativa da entidade é que a simplificação dos tributos facilitará o ambiente dos negócios, especialmente nas micro e pequenas empresas, assim como diminuir a sonegação fiscal. Se as empresas venderem mais, caberá ao Sindicato lutar para que esse avanço também repercuta na vida dos trabalhadores através das negociações.

“Mesmo diante de um Congresso conservador, o governo do presidente Lula defendeu essa importante luta e garantiu uma conquista histórica. Reconhecemos o esforço do atual governo, mas seguimos na luta por um sistema tributário mais justo, principalmente para os mais pobres”, afirma Leandro Soares, presidente do SMetal.

Em nota oficial, o SMetal recorda que ficaram de fora alguns pontos considerados extremamente relevantes, que devem ser debatidas em uma segunda fase da Reforma.

A taxação de grandes fortunas, a tributação de dividendos e, principalmente, a promoção de uma revisão robusta da tabela do imposto de renda sobre os salários e a isenção do imposto de renda no PPR, são algumas delas. Leia a íntegra da Nota Oficial aqui.

Principais mudanças para a vida do trabalhador

  • Criação da cesta básica nacional com alíquota do imposto zerada. Caberá a uma lei complementar definir quais serão os produtos isentos.
    Dispositivos médicos e de acessibilidade para pessoas com deficiência terão 50% de desconto do imposto.
  • Devolução do valor do imposto que incide sobre o produto para a população de baixa renda (cashback)
  • Alíquota reduzida em 60% para medicamentos e produtos de cuidados básicos à saúde menstrual. Remédios usados para o tratamento de doenças graves, como câncer, terão alíquota zerada.
  • Serviços de transporte coletivo, saúde, educação, cibernéticos, segurança da informação e segurança nacional terão a alíquota reduzida em 60%.

Jefferson Campos foi contra

A Reforma Tributária foi aprovada na Câmara Federal por 382 votos a 118. Da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), o deputado federal Jefferson Campos (PSD) foi o único parlamentar a ser contrário à mudança, que pode melhorar a vida da população. A proposta segue agora para o Senado.

Fim do imposto sobre imposto

Outro ponto importante para o desenvolvimento econômico do país é o fim da cumulatividade de impostos. “No Brasil, é comum a cobrança de impostos sobre impostos, o que encarece produtos e atrapalha a competitividade. O fim desse ‘efeito cascata’ ao longo das cadeias produtivas, corrige uma distorção que hoje pesa sobre a indústria e acaba repercutindo no bolso do trabalhador, que adquire produtos mais caros”, enfatiza Silvio Ferreira, secretário-geral do SMetal.

Não acredite em Fake News

É mentira que a Reforma Tributária vai acabar com o direito de herança, ou ainda que vai gerar aumento de 60% no valor dos produtos da cesta básica. Essas e outras Fake News estão sendo espalhadas pelas redes sociais e pelo WhatsApp para enfraquecer o real motivo da Reforma, que é diminuir as desigualdades impostas pelo atual sistema tributário brasileiro, no qual os ricos pagam menos impostos que os mais pobres. Não caia em Fake News!

tags
alimento alíquota câmara consumo desigualdade imposto IR Política reforma sindicato SMETAL Tributária tributo
VEJA
TAMBÉM