“Até que os leões inventem as suas próprias histórias, os caçadores serão sempre os heróis das narrativas de caça”. Este é um provérbio africano utilizado pelo metalúrgico Fábio Rossy para definir o início da viagem intitulada “Missão África”, que começou na semana passada.
O dirigente sindical partiu com destino à Moçambique e África do Sul na segunda-feira, 02. Na bagagem, Rossy não levará somente suas roupas também leva para Maputo e Joanesburgo suas vivências: desde as pautas raciais mais recentes, como o protagonismo negro, até suas reflexões sobre o racismo estrutural no Brasil.
“O meu objetivo maior, com a minha vinda à África, é estudar sobre a nossa ancestralidade. Entender, na prática, tudo que aconteceu no Brasil e nos países africanos depois da escravidão. O colonizador nunca permitirá que o escravizado conte a sua versão da história e, desde que cheguei aqui, estou estudando essas complexidades”, afirmou em vídeo enviado ao Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal).
Essas conversas e debates acontecerão nas comunidades das cidades citadas. Além do intercâmbio cultural e de ideias, Fabinho também irá executar seis projetos que envolve o aprendizado e ensinamento de técnicas de artes marciais. O metalúrgico é formado em educação física pela ACM (Sorocaba) e é professor de Muay Thai há sete anos. No momento, Fábio está alocado em Moçambique e deve seguir para África do Sul (Joanesburgo) na terça-feira, 10.
A viagem foi custeada com recursos próprios, além de auxilio de parceiros – que estampam uma bandeira levada pelo brasileiro para solo africano. No ano passado, um evento chamado “Samba do Fabinho” foi realizado no SMetal com a finalidade de arrecadar para auxiliar nas despesas da viagem. À luz desta viagem, o metalúrgico pretende escrever um livro com suas experiências e vivências.