A Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT/SP) protocolou na tarde desta segunda-feira, dia 10, o comunicado de greve nos sindicatos patronais que fazem parte do Grupo 10. Com o registro do documento, os Sindicatos de trabalhadores filiados, como o SMetal Sorocaba, podem deflagrar greve em empresas que se recusarem a avançar nas negociações da Campanha Salarial 2022. A lei prevê que a paralisação pode ocorrer 48 horas após o protocolo do comunicado.
Com a recusa do Grupo 10 em negociar com a FEM-CUT/SP, há cerca de um mês, a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) têm procurado as empresas que pertencem à bancada patronal e negociam por fábrica. Até o momento, foram firmados acordos com 97 empresas na base do SMetal, beneficiando mais de 1700 trabalhadores com reajustes acima da inflação da data-base, que fechou em 8,83%, e renovação das cláusulas sociais.
De acordo com Leandro Soares, presidente do SMetal, desde a implementação da Reforma Trabalhista que, em 2017, decretou o fim da ultratividade, o Grupo 10 tem se recusado a assinar a Convenção Coletiva de Trabalho sem retirar importantes direitos da categoria. Além do G10, as bancadas do Grupo 2, Sindicel e Siamfesp não chegaram a uma proposta que atendesse às reivindicações da categoria e ainda não fecharam a Campanha Salarial 2022.
“No início das negociações, nossa expectativa era que todas as bancadas patronais fechassem a Campanha Salarial por grupos, para que conseguíssemos abranger o máximo de trabalhadores, com reajustes nos salários acima da inflação e, principalmente, a manutenção dos direitos. Infelizmente, o G10 sequer se dispôs a negociar com a FEM e não temos medido esforços para buscar acordos para toda a categoria”, enfatiza.
Fazem parte do Grupo 10 a FIESP (que representa pequenas e micro empresas); Sindilux (lâmpadas e aparelhos elétricos de iluminação); Sifumesp (funilaria e móveis de Metal); Sinaemo (artigos e equipamentos odontológicos, médicos e hospitalares); Sinarme (rolhas metálicas); Simde (materiais de defesa); Sindirepa (reparação de veículos e acessórios); Sindimec (mecânica); Sindisuper (proteção, tratamento e transformação de superfícies) e Sibapem (balanças, pesos e medidas).
Importância da CCT
Para Silvio Ferreira, secretário-geral do SMetal, defender as cláusulas sociais da Convenção Coletiva é uma das prioridades do Sindicato e da Federação. Ela é responsável por ampliar os direitos da categoria e trata-se de uma das poucas ferramentas que protegem o metalúrgico no local de trabalho.
“Claro que o reajuste nos salários é importantíssimo, mas garantir a manutenção das cláusulas sociais, como estabilidade pré-aposentadoria, licença maternidade de 180 dias, adicional noturno maior que o previsto da CLT e tantos outros direitos, é primordial. A nossa categoria precisa ter consciência sobre a importância da Convenção Coletiva e não podemos aceitar qualquer retirada de direitos”, disse.
Até o momento, foram fechadas as negociações com o Grupo 3, Grupo 8.2, Sindratar, Sindifupi, Siniem, Sifesp (Fundição) e Grupo 8.3 – exceto o Siamfesp, que rachou e está negociando individualmente. Neles, estão abrangidos cerca de 24,5 mil trabalhadores, que representam 55% da base do SMetal com garantia de aumento real nos salários e manutenção das cláusulas sociais.