O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou, no começo deste mês, um levantamento que analisa os reajustes salariais em diversas categorias. O estudo é traçado a partir da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De janeiro a junho, ao menos 43% das negociações coletivas ficaram abaixo da inflação, 35% se mantiveram iguais ao INPC e apenas 21% apresentaram ganhos reais para os trabalhadores e trabalhadoras das categorias pesquisadas, que são: alimentação, comerciários, construção e mobiliário, educação privada, extrativa, metalúrgicos, papeleiros, químicos, rurais, saúde privada e transportes.
No mês de junho, especificamente, as negociações foram as melhores até aqui. Cerca de 37% dos reajustes da data-base deste mês, resultaram em ganhos acima da inflação. Outros 37% registraram reajustes iguais à variação dos preços dos últimos 12 meses, e 26% ficaram abaixo. Este é o melhor desempenho apurado para uma data-base em 2022. Apesar disso, a variação real média dos reajustes em junho seguiu negativa (-0,58%).
Metalúrgicos
Desde o mês de setembro – data base dos metalúrgicos – os trabalhadores da categoria já têm 9,82% de perdas com a inflação. O resultado é o maior para o período dos últimos 18 anos, ou seja, desde 2003. Os dados levam em consideração o Índice Nacional dos Preços ao Consumidor (INPC).
A Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) está negociando os termos da Campanha Salarial 2022 com as bancadas patronais. Agora, só faltam os percentuais do INPC dos meses de julho e agosto para que o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) e a Federação avancem nas negociações com cada um dos grupos patronais.
“Tem algum tempo que nós falamos sobre o desafio que será a Campanha Salarial. Há pelo menos cinco anos a classe trabalhadora tem visto seu salário valer, gradativamente, cada vez menos. Em 2022, teremos que nos unir para garantir a reposição da inflação e enfrentar, com coragem, as tentativas de parcelamento que as bancadas podem sugerir. A ação sindical precisa da categoria dando aval para nossas negociações”, comenta Silvio Ferreira, presidente interino do SMetal.
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