Metalúrgico, lojista e feirante, Fernando Eustaquio Vieira, 35 anos, pai de dois filhos, ainda encontra tempo para fazer campanha em prol da construção de um hospital municipal em Sorocaba. “Eu tenho convênio pela firma em que sou funcionário, mas sei o que é precisar de um hospital público e sofrer na fila”, afirma.
Fernando mantém folhetos e listas de assinaturas da campanha na loja de bijuterias da qual é sócio, em frente ao Sabe Tudo do jardim Santa Marina II. Entre uma venda e outra, ele explica aos clientes porque defende a construção do hospital. Quando sobra um tempinho, vai para a frente da loja, de megafone em punho, e pede adesão ao abaixoassinado.
Nos finais de semana, Fernando faz a mesma divulgação em sua barraca de bijuterias nas feiras-livres.
Metalúrgico há 16 anos, Fernando soube da campanha pela Folha Metalúrgica, na fábrica Difran, onde é operador de máquinas. Dias depois, ao encontrar uma equipe colhendo assinaturas no Poupatempo, ele resolveu aderir de vez à iniciativa.
Filas e indignação
Fernando revolta-se ao se lembrar das dores que o pai, morto há seis anos, vítima de câncer, teve que suportar antes de ser atendido em um hospital conveniado com a prefeitura. Ele também relata que um vizinho, que teve convênio por décadas, perdeu o direito ao se aposentar e hoje enfrenta meses de espera para tratar seus problemas na coluna.