Com três obras na bagagem, sendo duas de espiritualidade e uma de literatura infantil, o ex-metalúrgico e agora pedagogo e professor, João Almeida, busca viabilizar a publicação do livro ‘O aniversário do jacaré’ por meio de financiamento coletivo na plataforma Benfeitoria.
A campanha segue até o dia 09 de maio e os interessados podem contribuir com valores em dinheiro que vão de R$15,00 até R$120,00. Quem ajuda também sai ganhando já que, para cada valor escolhido, existe um tipo de brinde ao apoiador. As recompensas vão desde de ter o seu nome na lista de apoiadores, até receber em casa marcadores e edições físicas da obra.
De acordo com o escritor, a história se passa no Pantanal sul-mato-grossense, onde os animais vivem em paz e concórdia, exceto pela rivalidade entre a onça-pintada e o jacaré que querem dominar a região. Um aniversário agita a história, que aponta que o respeito as diferenças e a amizade são fundamentais para um convívio de paz e harmonia. As ilustrações ficam por conta da arquiteta e ilustradora Laura Mocelin.
Financiamento coletivo
O financiamento coletivo funciona como uma espécie de “vaquinha virtual” que permite que escritores, poetas e artistas (que atuam em sua maioria de modo independente), financiem seus projetos a partir de recursos doados por usuários online.
João conta que a ideia de utilizar desse mecanismo para financiar ‘O aniversário do jacaré’ surge da possiblidade de driblar as burocracias das editoras tradicionais. “A ideia surgiu devido a necessidade de publicar sem depender de editoras, que são de difícil acesso a escritores não conhecidos”.
Na visão do autor, o financiamento coletivo fornece condições para a participação dos leitores, que, por meio dessa integração, são apresentados ao processo de publicação. “Essa ideia de estar junto dos leitores no processo, e contar com o apoio para essa publicação, é muito interessante e tem se tornado recorrente nos trabalhos de escritores independentes”, diz.
Atualmente, a campanha de financiamento atingiu 48% da meta de arrecadação. Par contribuir com a obra, basta acessar aqui.
Taxação de livros
No país, os livros possuem uma espécie de “imunidade tributária” que vem sofrendo alguns ataques por parte do governo federal e dos defensores de reformas econômicas. Recentemente, a Receita Federal saiu em defesa da taxação à livros, utilizando um argumento de que os mais pobres, no Brasil, não leem. Para o órgão, após uma possível reforma tributária, as obras literárias poderiam ser taxadas em 12%.
“O acesso a livros historicamente já é algo difícil, considerando as condições da população de um modo geral, que tem que optar entre as necessidades básicas e a cultura. A isenção que existe atualmente ameniza um pouco essa dificuldade. Taxar livros é um total desserviço à população que tem pouco acesso a esses bens culturais”, defende o escritor João Almeida.
Para ele, o governo deve fomentar o acesso à cultura e não inviabilizar que esse conteúdo chegue aos trabalhadores e trabalhadoras. O autor finaliza dizendo que população deve reagir, para “que gerações inteiras não sejam condenadas a falta de cultura e conhecimento que os livros proporcionam”.