O trabalhador que não foi contemplado com o feriado prolongado teve que enfrentar lotação no transporte público na manhã desta quarta-feira. De acordo com veículos de imprensa, diversas linhas apresentaram filas quilométricas e aglomeração de pessoas; em imagens enviadas por passageiros aos portais, foram flagradas lotação em ônibus das linhas 307 (Interbairro), 303 (Interbairro) e 81 (Carandá).
A Prefeitura de Sorocaba decretou, na noite de ontem, o adiantamento de seis feriados como medida para conter o avanço da pandemia do coronavírus. No entanto, deixou de fora 50 mil trabalhadores da indústria que, muitas vezes, dependem do transporte público para se locomover pela cidade.
Somado a isso, o prefeito, Rodrigo Manga (Republicanos), anunciou que a frota iria operar com apenas com 40% da capacidade total durante o feriado emergencial. Desta forma, a oferta de transporte público ficou abaixo da procura, uma vez que milhares de trabalhadores tiveram que deixar suas casas – já que não foram contemplados no decreto do “feriadão”.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região alertou, ontem, sobre a ineficácia do decreto que não considerou uma parte importante dos trabalhadores sorocabanos. Para Leandro Soares, presidente do SMetal, a medida terá efeitos trágicos no futuro. “Quando não contempla a categoria em seu decreto, mesmo diante do recorde de mortes e com os leitos clínicos e de UTI ocupados, o prefeito envia os trabalhadores da indústria, incluindo os metalúrgicos, direto para os braços de uma pandemia que já provou ser mortal”, afirma.
Leandro pondera, ainda, que adiantar feriados é uma medida paliativa que não resolverá a situação do colapso no sistema de saúde. Sorocaba tem 50.222 trabalhadores na indústria, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), dos quais 64% (32.187) são metalúrgicos. O SMetal está buscando meios jurídicos para defender os direitos e a saúde da categoria nesta cenário de guerra.