Mesmo com o crescente casos da Covid-19, uma resolução publicada nesta quarta-feira, 6, no Diário Oficial do governo estadual, corta 12% dos recursos dos Programas Pró-Santas Casas e Santas Casas SUStentáveis. Essas verbas são destinadas ao custeio das santas casas e hospitais filantrópicos em todo Estado de São Paulo.
De acordo com publicação da Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), com a decisão do governador João Doria (PSDB) as 180 entidades que realizam a maior parte do atendimento estadual terão corte de R$ 80 milhões no ano.
A Fehosp aponta que esses hospitais atendem, principalmente no interior do estado, mais de 50% do Sistema Único de Saúde (SUS) e são referência no atendimento de alta complexidade e no tratamento da Covid-19.
Em números
Segundo a Fehosp, o setor destina mais de 47 mil leitos de enfermaria, mais de 7 mil leitos de UTI ao SUS, representa mais de 50% das internações e mais de 70% dos atendimentos em alta complexidade, sendo o único equipamento de saúde para atender a população em mais de 200 municípios paulistas.
“No atendimento aos pacientes com Covid-19 não é diferente. Em algumas regiões do estado, como Araçatuba, Barretos, Franca e Presidente Prudente, os atendimentos são 100% filantrópicos e nas demais regiões, exceto Capital, em média 60% dos atendimentos Covid são em hospitais com esse perfil”, enfatiza a publicação da entidade.
A secretária de saúde do Estado de São Paulo alega que o corte não vai afetar os serviços relacionados à Covid-19. Já a Fehops afirma que, independente do motivo da internação, dinheiro a menos vai prejudicar o atendimento.
SMetal repudia corte
O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) repudia o corte promovido pelo governador Dória. Para a entidade, em meio à maior crise de saúde da história recente, a decisão é condenar a morte milhões de pessoas que dependem do atendimento dessas unidades de saúde.
O presidente do SMetal, Leandro Soares, afirma que a medida pode levar o estado a um colapso. “O próprio Doria afirmou essa semana que o vivemos uma segunda onda da Covid-19 e, ainda assim, retira dinheiro das entidades que fazem um trabalho tão importante para população. Isso é um crime, um atentado contra vida. Temos que nos indignar e cobrar para que esse absurdo seja revertido”.