42 trabalhadores morreram a caminho do trabalho na semana passada. São 42 vidas de homens e mulheres, que deixaram os familiares e os sonhos pelo caminho.
Os funcionários da empresa Stattus Jeans, do setor vestuário em Taguaí, não tinham o transporte pago pelos patrões. Por isso, tiravam do próprio bolso a condução para garantir o prato de comida na mesa. Para completar, a empresa de transporte, segundo a mídia nacional, atuava de forma irregular.
A tragédia que vitimou os trabalhadores não é aleatória. Ela é resultado de um processo político que busca, a todo custo, retirar direitos da classe trabalhadora.
A empresa se apressou em dizer que não era dela a responsabilidade pelo transporte. Como se isso a isentasse por não garantir o que deveria ser direito dos trabalhadores.
Soma-se a isso a tentativa vergonhosa do presidente Bolsonaro de excluir o acidente de trajeto da categoria de acidente de trabalho. Era isso que previa o programa Verde e Amarelo.
Para o presidente e para os patrões, a vida dos trabalhadores não vale nada. Para eles, homens e mulheres são meras peças, como de uma máquina qualquer, que podem ser substituídas facilmente.
Para quem perde um ente querido, fica a dor e a indignação de saber que tudo isso poderia ter sido evitado.
E ainda não acabou. O presidente já se comprometeu com os empresários em reeditar o programa Verde e Amarelo e retirar direitos dos trabalhadores. E não são apenas salários menores ou a falta de um benefício ou outro. São detalhes que podem custar a vida de milhares de pessoas, como aconteceu em Taguaí.
Por isso é importante lembrar: a luta por empregos com condições dignas é compromisso do Sindicato todos os dias. Mais do que brigar pelos direitos dos trabalhadores, estamos diante de uma situação que pode determinar se você sairá para trabalhar e vai voltar para os braços da sua família com vida.