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Pilastra que suporta ponte rolante racha e ameaça trabalhadores

Bombeiros, Defesa Civil e Delegacia do Trabalho já foram ao local para avaliar o grau de risco de acidentes

Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal
Fábrica, que produz pás eólicas, já registrou uma morte no mês de junho de 2010

Fábrica, que produz pás eólicas, já registrou uma morte no mês de junho de 2010

Uma pilastra de 10 metros de altura que suporta a cabeceira de uma viga de 17 metros de comprimento, por onde corre pontes rolantes que podem chagar a 56 toneladas, carregadas, trincou no barracão três da planta sete da fabricante de pás eólicas Tecsis, em Sorocaba, e apresenta rico de queda.

O barracão – pré-moldado – mede mais de 10 mil metros quadrados e é sustentado por dezenas destas pilastras. No topo delas estão apoiadas as vigas gigantes. “Nosso medo é que a queda dessa viga cause efeito dominó, provocando a queda de outras, o que seria uma tragédia”, alerta do dirigente sindical na fábrica, Ivonaldo Lopes Targino.

Trabalham no barracão três da planta sete da Tecsis aproximadamente 200 pessoas. A planta sete tem outros dois barracões e a Tacsis outras nove plantas em Sorocaba. Ao todo a empresa emprega mais 5 mil pessoas.

Mesmo após a trinca, que foi percebida há pelo menos duas semanas, empresa não isolou a área.

“A empresa colocou umas escoras, tipo esses andaimes de construção civil, e diz que não tem perigo, que tudo está seguro”, diz Ivolnado.

Os Bombeiros e a Gerência Regional do Trabalho e Emprego (GRTE), alertados do problema pelo Sindicato, foram ao local.

A Defesa Civil também foi acionada e diz que envia parecer ao Ministério Público até a próxima quarta-feira.

Peso sobre peso
Além do próprio peso, a viga ameaçada de cair se a pilastra com rachadura se romper de vez, também suporta o peso das pontes rolantes, que pesam 16 toneladas e podem transportar até 40 mil quilos, cada uma.

“A empresa precisa tomar providência urgente. Ela não deveria nem esperar o laudo da Defesa Civil para agir, pois é notório que alguma coisa está errada”, diz o também sindicalista Josivan Moura Oliveira.

Mesmo com visível trinca, as pontes rolantes continuam operando normalmente sobre que se apóia na pilastra avariada.

Muito Medo
A reportagem apurou que os trabalhadores estão com muito medo. “Deus me livre se uma viga daquele tamanho cair. Seria uma tragédia”, disse um trabalhador à reportagem, acrescentando: “todos estamos estão com medo de trabalhar neste local.

“A gente trabalha porque é obrigado, mas que dá medo de ficar embaixo de uma viga dessa dá. Isso se cair afunda o chão”, diz outro funcionário.

A reportagem ouviu os trabalhadores por telefone e seus nomes não são divulgados para evitar retaliação da empresa.

Morte em 2010
No dia 23 de junho de 2010 a empresa registrou um acidente com morte. O metalúrgico Aparecido Moiséis Guimarães, de 42 anos, foi atingido por uma peça de aproximadamente 1 tonelada. Ela estava presa a uma trave com rodas e era transportada por uma empilhadeira, que tombou sobre Aparecido.

O trabalhador foi levado ao Hospital Regional, mas não resistiu aos ferimentos e morreu uma hora após dar entrada no Hospital.

Tudo normal
Questionada sobre o problema, a empresa confirmou, por sua assessoria de imprensa, que realmente os Bombeiros foram ao local, mas acrescentou que tudo estaria normal.

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