O 13º salário dos metalúrgicos vai injetar R$ 132,5 milhões na economia da região de Sorocaba até o final deste ano. Aproximadamente 44 mil trabalhadores vão receber o benefício, que deve ajudar a aquecer principalmente os setores do comércio e prestação de serviços.
O estudo, elaborado pela subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) do Sindicato dos Metalúrgicos, leva em conta as duas parcelas do 13º previstas em lei.
Embora parte da categoria metalúrgica receba um adiantamento do 13º ao longo do ano, conforme a política de Recursos Humanos de cada empresa, o Dieese estima que 70% dos trabalhadores devem receber as duas parcelas neste final de ano.
O estudo abrange 14 cidades da região de Sorocaba que formam a base do Sindicato dos Metalúrgicos. Mas do total de 44.284 metalúrgicos representados pelo sindicato, 83% trabalham no município de Sorocaba. O salário médio da categoria, estimado pelo Dieese para cálculo do 13º salário, é de R$ 2.992.
Comércio e indústria
“Para se ter uma idéia do impacto econômico, com o valor total do 13º pago aos metalúrgicos daria para comprar 4.416 carros zero quilômetro de 1.000 cilindradas, ao peço médio de R$ 30 mil por unidade”, compara Fernando Lima, economista responsável pela subseção do Dieese.
Lima explica que o trabalhador tende a gastar esse recurso extra na economia local, comprando bens de consumo para a família, como eletroeletrônicos e materiais de construção, ou quitando dívidas. “O comércio se prepara para essa demanda, inclusive contratando funcionários. O comércio vende mais, a indústria produz mais; enfim, aquece o clico da economia”.
Em Sorocaba
Somente no município de Sorocaba, o 13º dos metalúrgicos vai injetar R$ 105,5 milhões. Esse valor corresponde a 32,2% dos R$ 327 milhões em 13º salário que devem ser pagos este ano ao total de trabalhadores com carteira assinada na cidade, de todas as categorias profissionais.
Segundo o Dieese, Sorocaba conta com 184.572 trabalhadores com carteira assinada. Desses, 37.899 trabalham em empresas metalúrgicas.
As fontes utilizadas para o levantamento foram a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ambos de responsabilidade do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Massa salarial
Outro estudo divulgado recentemente pelo Dieese revela que a massa salarial dos metalúrgicos da região, por ano, injeta R$ 1,7 bilhão na economia. O levantamento inclui o reajuste salarial de 10%, em média, conquistado pela categoria no último mês de setembro.
Para dar a dimensão desse montante, o Sindicato dos Metalúrgicos destaca que a massa salarial dos metalúrgicos da região equivale aos, também, R$ 1,7 bilhão de arrecadação da prefeitura de Sorocaba, prevista no Orçamento municipal para 2012.
“Esses números, além de mostrarem ao público a importância da categoria para a economia regional, também provam que a nossa luta por valorização salarial nas fábricas beneficia não somente o trabalhador metalúrgico, mas toda a sociedade, por meio da transferência de renda que, por sua vez, democratiza o consumo e gera empregos”, avalia Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato.
Para o economista Fernando Lima, do Dieese, é justamente o consumo dos brasileiros que mantém a boa perspectiva do país, diante de um cenário negativo internacional. “É o mercado interno, é o ato de comprar que têm mantido o otimismo na economia, apesar da desaceleração dos indicadores econômicos”, explica.
